TCDF apura redução de 2 mil atendimentos oncológicos no Hospital de Base
A Corte de Contas deu 15 dias para o Iges explicar por que tantas pessoas deixaram de receber tratamento contra o câncer
atualizado
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O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) vai apurar denúncia sobre queda brusca no atendimento de pacientes com câncer prestado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). A Corte votou pela admissibilidade da representação elaborada pela procuradora Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira e deu 15 dias para a entidade se pronunciar.
De acordo com o documento, antes de o Hospital de Base do DF virar instituto, eram atendidos, por dia, cerca 100 pacientes em dois turnos e com dois aparelhos.
Porém, segundo matéria publicada no portal do Iges e usada como exemplo na representação, em 2019, foram realizados 120 novos procedimentos por ano. Isso significa uma redução média de 2,2 mil atendimentos.
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Além disso, a representação traz a informação de que “a imprensa noticiou o risco de o HBDF vir a ser desabilitado pelo Ministério da Saúde (MS) para realização de radioterapia, por produção incompatível”.
Por isso, pediu esclarecimentos ao Iges, mas, de acordo com o MPC, as respostas foram insuficientes.
Assim, o procurador-geral do MPC junto ao TCDF, Marcos Felipe, requisitou informações, “que foram prestadas pelo Iges-DF, argumentando que, ao contrário, teria havido um aumento no atendimento, sem apresentação de qualquer
documentação. Em razão disso, o MPC/DF reiterou informações”, diz a representação que motivou a investigação do Tribunal de Contas de DF.
A apuração do TCDF é no sentido de apurar qual a real produção dos atendimentos feitos aos pacientes com câncer pelo Iges-DF, comparando-os com exercícios anteriores. Além disso, pede-se avaliação no faturamento de hospitais privados com a transferência de pacientes, os valores recebidos do Ministério da Saúde, bem como a regularidade da permanência de empregados do Iges-DF na chamada “dupla militância”, que trabalham no Iges e na rede privada.
O Iges-DF informou ao Metrópoles que foi notificado pelo TCDF e apresentará os devidos esclarecimento dentro do prazo.
Após a publicação da matéria, a reportagem recebeu documentos anexados ao processo nos quais se afirma não ser possível comparar os atendimentos da radioterapia com as consultas de pacientes em tratamento oncológico.
Confira:
Dados_TabNet by Metropoles on Scribd
Em outra nota, enviada no início da tarde desta sexta (2/10), o Iges-DF disse que a representação do TCDF “trata-se de atendimentos em radioterapia no Hospital de Base, onde houve aumento substancial no número de tratamentos oferecidos”.
“Conforme dados oficiais em base de dados do Ministério da Saúde, foram realizados 288 atendimentos em 2016, 205 em 2017, 334 em 2018 e 407 em 2019. No corrente ano de 2020, foram 267 atendimentos realizados até julho, ou seja, a previsão de acordo com a média é de que ao final do ano chegue a 457 tratamentos”, diz o instituto.
Ainda de acordo com a nota, “o Iges-DF e a Secretaria de Saúde, com apoio do Ministério da Saúde, seguem trabalhando intensamente para ampliar o atendimento em radioterapia em todo Distrito Federal, inclusive no Hospital Regional de Taguatinga, que também oferece o tratamento”.