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Taxa de transmissão da Covid no DF é quase o dobro do que a do Brasil

Avanço acelerado do número de pessoas infectadas tem despertado preocupação, inclusive dentro do próprio governo

atualizado

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Pacientes
1 de 1 Pacientes - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A taxa de transmissão do novo coronavírus no Distrito Federal é quase o dobro do índice registrado no resto do país. Segundo o Imperial College de Londres, o número nacional é de 0,6. Mas o último boletim epidemiológico local, divulgado na terça-feira (12/10), mostra que o vírus avança na velocidade de 1,08 na capital brasileira.

O Imperial College monitora a pandemia em 75 países. Atualmente, a taxa nacional é a 6ª menor entre as nações acompanhadas. É a menor desde abril de 2020. No entanto, enquanto o índice no Brasil está baixo, no DF segue em alta há duas semanas.

Na semana passada, o governador Ibaneis Rocha (MDB) demonstrou preocupação quando taxa de transmissão do vírus chegou a 1,14. “Isso preocupa muito”, pontuou. O emedebista aposta no avanço da vacinação e abertura de novos leitos na rede pública para manter o controle da pandemia.

Em resumo, a taxa de transmissão mostra o avanço da pandemia. Quando ela está em 1, significa que a cada 100 pessoas diagnosticadas, outras 100 também são infectadas. Ou seja, quando o índice é de 1,08, a cada 100 pacientes doentes outros 108 contraem a doença.

Outro lado

O Metrópoles enviou três perguntas à Secretaria de Saúde veja as respostas:

1-Qual é a avaliação da pasta sobre o fato da taxa de transmissão local estar bem acima da taxa nacional? Quais são as explicações para isso? Isso preocupa a pasta?

É importante destacar que a taxa de transmissão calculada para o cenário nacional não leva em consideração diferenças entre as cidades e a situação epidemiológica em cada região, o que inviabiliza o comparativos entre as taxas apresentadas pelo País e o Distrito Federal.

Além disso, a taxa de transmissão não é o único indicador utilizado para definição do cenário epidemiológico. É essencial avaliar a média móvel de casos e óbitos, o percentual de positividade, bem como o número de casos ativos entre outros indicadores.

2-Quais medidas a pasta estuda adotar sobre esta questão?

A pasta continua implementando todas as ações previstas no plano de contingência elaborado para o enfrentamento da Covid-19 no Distrito Federal, no que que se refere as ações de vigilância, assistência e recuperação do casos da doença.

3-A população pode ajudar a reduzir a taxa? De que formas?

O comportamento da população é crucial na dinâmica de transmissão da doença. Por isso, a SES tem plubicizado junto a população a intensificação das medidas não farmacológicas de controle. Destaca-se: Uso correto da máscara em locais públicos e áreas comuns; isolamento domiciliar em casos confirmados de COVID-19; higienização adequada das mãos e superfícies; etiqueta respiratória e distanciamento social sempre que possível.

Palavra de especialista

Segundo Mauro Sanchez, epidemiologista, professor da UnB e Coordenador da Sala de Situação de Saúde da Universidade Brasília (UnB), diferenças na taxa de transmissão são esperadas, porque o método de cálculo nem sempre é exatamente igual, algumas usam a média móvel de casos outras o número óbitos confirmados.

“Em relação ao valor do DF, a taxa de transmissão não deve ser tomada de forma isolada, como um parâmetro para você medir o status da pandemia. Então tem que ser tomada em conjunto com número de casos óbitos o número de ocupação de leitos, enfim, é todo um conjunto de indicadores”, ponderou.

De acordo com o especialista, na leitura da taxa de transmissão isoladamente, só é possível dizer se há avanço ou recuo da pandemia quando os números se mantém por período sustentado de algumas semanas. “Como tem havido flutuação em torno do valor 1, que o valor indica estabilidade, a gente tem que aguardar para ver se de fato a tendência de expansão se mantém ou não”, comentou.

Em caso de avanço confirmado, Mauro defende a conscientização da população, inclusive as pessoas vacinadas, do emprego das medidas não farmacológicas, como distanciamento e máscara. Além disso, é preciso avançar na cobertura vacinal completa, para garantir a imunidade coletiva.

No caso dos grupos de risco, Mauro destaca a importância da aplicação de doses de reforço da vacina, a exemplo de idosos e profissionais de saúde.

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