Tarifa de água no DF terá reajuste de 2,99% a partir de 1º de abril
A companhia calcula perdas financeiras que somam R$ 100 milhões em decorrência do racionamento
atualizado
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A Caesb vai reajustar em 2,99% a tarifa de água a partir de 1º de abril. O percentual foi definido pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), em abril de 2018, e deveria ter entrado em vigor em junho daquele ano.
Por ocasião do racionamento e do consequente desgaste para a população, empresa decidiu não aplicar o índice.
A companhia calcula perdas financeiras que somam R$ 100 milhões em decorrência do racionamento, causado por escassez hídrica. De acordo com a Caesb, a defasagem da tarifa provocou desequilíbrio nas contas da empresa e a consequente redução na capacidade de investimento.
O percentual de 2,99% é próximo à inflação do período, que ficou em 2,95%.
A Caesb explica que a medida é um reforço no plano de saneamento das contas da companhia, que acumula endividamento superior a R$ 1 bilhão. O presidente da empresa, Fernando Leite, reafirma que “a atual gestão está empenhada em ações para superar a crise financeira e levar a estatal novamente ao patamar de melhor empresa de saneamento do país”.
Na semana passada, o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse que estuda a privatização parcial da Caesb e da CEB em função da situação financeira das empresas. Ele afirmou que analisa a venda de parte das ações, sem perder o controle das estatais, para recapitalizar as estatais e garantir melhoria de serviços à população. O anúncio surpreendeu os servidores das empresas, uma vez que durante a campanha eleitoral, o emedebista garantiu que não privatizaria as companhias brasilienses.
Entenda
O reajuste na conta de água e esgoto de 2,99% foi homologado pela Adasa em abril de 2018. Do total, 2,06% eram da Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) e 0,93% referente ao Índice de Reajuste Tarifário (IRT). O percentual é bem menor do que a Caesb queria, de 10,47%, sob justificativa de recompor as perdas da empresa em função da queda de arrecadação, somada em R$ 155,7 milhões.
Em maio, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou que questionaria o aumento por considerá-lo inadequado, levando em conta que os brasilienses enfrentaram crise hídrica por um ano e cinco meses. Dias depois, o reajuste foi suspenso pela Caesb, por meio de decisão da assembleia-geral extraordinária dos acionistas.
O que daria para fazer?
Considerando a receita líquida da Caesb em 2017 – de R$ 1.610.950 –, os R$ 38 milhões não parecem expressivos. Porém, seriam suficientes para pagar cinco estações elevatórias de esgoto (foto em destaque), a exemplo da que foi inaugurada em Águas Claras em abril de 2018, com a promessa de garantir saneamento para 130 mil pessoas de quatro regiões do Distrito Federal.
Também daria para bancar a maior parte do investimento na adutora de Santa Maria, a qual permite levar água processada na estação de tratamento de Valparaíso (GO) para o sistema de reservatórios da região administrativa do DF. A obra, estimada em R$ 40,8 milhões, integra o Sistema Produtor Corumbá.
Outro empreendimento com valor aproximado da perda de arrecadação da Caesb é o de captação emergencial no Lago Paranoá, que custou R$ 42 milhões.