Tapumes isolam obra na 207 Sul e interrompem passagem de pedestres
Moradores reclamam do cercamento, que invade a calçada. Não há nenhuma placa no local que sinalize a empresa responsável pela obra
atualizado
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A colocação de tapumes em uma área verde da Asa Sul interrompeu a passagem de pedestres pela calçada e tem incomodado a vizinhança. Moradores das quatro quadras residenciais mais próximas ao local flagraram, há quatro dias, a instalação do cercamento para isolar um canteiro de obras na esquina da 207 Sul.
De acordo com os relatos da comunidade ao Metrópoles, ainda não há pistas sobre o que será construído no lugar. Isso porque não há qualquer placa que sinalize o empreendimento ou o serviço a ser executado, além da empresa responsável pelo projeto. A reportagem esteve na área em duas ocasiões neste fim de semana e constatou o problema.
“Fizeram um cercado para a obra e esqueceram de preservar uma área verde destinada a nós, moradores e pedestres. Para dificultar ainda mais a situação, não sabemos o que será construído aqui. É lamentável que não se consulte a vizinhança. Não podemos permitir que isso siga em frente”, disse o professor e psicólogo Aroldo Mendes, 51 anos, enquanto passeava com a mãe Célia Ferreira Mendes, 87, nesta manhã. A dupla teve que desviar dos tapumes para seguir no passeio matutino.Outra moradora da região, que preferiu não se identificar, cobrou explicações do governo. “A comunidade não foi consultada pelo poder público. Nos reunimos e montamos um grupo para entrar em contato com a Administração do Plano Piloto. Não podemos ficar sem retorno”, reclamou.
“Queremos saber quem é o proprietário do terreno. No início de Brasília, era previsto a inauguração de espaços comunitários nas pontas das entrequadras. No entanto, o cenário mudou bastante ao longo dos anos. Hoje, a realidade do DF é outra, e não comporta esse modelo. É preciso evoluir e se adaptar ao presente”, completou a moradora.
MPDFT
O grupo de representantes da comunidade local pretende levar um pedido de interrupção da obra à Procuradoria do Meio Ambiente do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), nesta segunda-feira (17/4). “Vamos exigir que seja interrompida a destruição das árvores, de modo que se encontre alternativas para a solução desse problema”, acrescentou a moradora da 207 Sul.
Em nota, a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) informou que vai enviar essa semana uma equipe de auditores fiscais para verificar se a obra é particular e se está respeitando as normais legais. A Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do Distrito Federal (Sinesp), por sua vez, informou que a obra não está sob a responsabilidade da pasta. Não foi possível localizar representantes do empreendimento.
Na noite desta segunda-feira (17), a Administração Regional de Brasília respondeu à solicitação do Metrópoles. De acordo com a gestão, “a obra na quadra 207 Sul está sendo realizada em uma área privada e destinada à construção de um Restaurante Unidade de Vizinhança (RUV), além de outras atividades de comércio e prestação de serviço. O alvará de construção foi aprovado e licenciado pela Administração em 2014, sendo válido por oito anos, estando, portanto, dentro do prazo para o início da obra”.
Ainda de acordo com a administração, “os tapumes também tiveram sua licença aprovada pela Administração. Com a proximidade da calçada em relação ao lote particular, foi necessária a instalação dos tapumes sobre a calçada por medida de segurança”.