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Suspeito de triplo homicídio é instável, impulsivo e viciado em crack

Lázaro Sousa é procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por matar brutalmente três familiares na Fazenda Vidal, no Incra 9

atualizado

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Reprodução/PCDF
Lázaro, suspeito de triplo homicídio
1 de 1 Lázaro, suspeito de triplo homicídio - Foto: Reprodução/PCDF

Laudo psicológico feito no âmbito de um dos processos contra Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, constatou que o homem tem características de personalidade violenta, como agressividade, ausência de mecanismos de controle, dependência emocional, impulsividade e instabilidade emocional. Ele é procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por matar três familiares na Fazenda Vidal, no Incra 9, na madrugada dessa quarta-feira (9/6), em Ceilândia.

Ainda de acordo com os psicólogos que assinam o documento ao qual o Metrópoles teve acesso, o criminoso tem possibilidade de “ruptura do equilíbrio, preocupações sexuais e sentimentos de angústia”. O autor, segundo os especialistas, teve o desenvolvimento psicossocial prejudicado devido a agressões familiares, uso abusivo de álcool e drogas, falecimento familiar, abandono das atividades escolares, trabalho infantil e situação financeira precária.

Os exames foram realizados em 2013 no processo que apurou os crimes de roubo e estupro. À época, o autor tinha 26 anos e rendeu a vítima com uso de arma de fogo. Ele confessou os fatos e afirmou que estava embriagado quando vitimou a jovem. Por fim, os psicólogos recomendaram a prisão em regime fechado.

“Caso seja inserido no contexto social e ambiental ao qual pertencia antes de sua reclusão, provavelmente retornará a delinquir. Apesar de ter consciência de suas atitudes, assumi-las e perceber o sofrimento causado em terceiros, percebe-se que todos os crimes cometidos estão diretamente relacionados com dependência química, fato do qual o periciado não tem autocontrole, haja visto o uso abusivo de bebida alcoólica antes de sua reclusão e o vício de crack após a prisão”, diz o relatório.

Os psicólogos também recomendaram acompanhamento com terapeutas e tratamento para dependentes químicos e abusadores sexuais.

Buscas

Forte aparato policial foi montado para localizar o criminoso em série. Uma das vítimas da família Vidal segue desaparecida. Trata-se de Cleonice Marques, 43 anos. Lazaro Sousa matou Cláudio Vidal de Oliveira, 48; Gustavo Marques Vidal, 21; e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, todos parentes de Cleonice. Os corpos de pai e filhos foram encontrados na Fazenda Vidal, no Incra 9, na madrugada dessa quarta-feira (9/6), em Ceilândia.

A mulher foi levada pelo criminoso após o assassinato da família. A Divisão de Repressão ao Sequestro (DRS) prestou apoio às investigações.

O delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), Raphael Seixas, disse que a digital de Lázaro foi identificada na cena do crime. Segundo o policial, celulares das vítimas estavam em casa. Porções de dinheiro também foram encontradas. Não há indícios de que algo foi levado da residência.

O triplo homicídio chocou o Distrito Federal. Os corpos estavam em um quarto, um deles sobre a cama, e os outros dois, no chão. As vítimas foram encontradas com marcas de tiro e facadas.

Cleonice conseguiu ligar para a família pedindo socorro ao ver que a porta da casa seria arrombada. Eles chegaram rapidamente ao local, 10 minutos depois. No entanto, Cleonice havia sido levada. Cláudio Vidal ainda estava vivo. Ele conseguiu informar que a esposa havia sido sequestrada, mas ele não sobreviveu.

Uma das hipóteses é de que Lázaro tenha invadido a casa para roubar os pertences da família. No entanto, ao ver que Cleonice pedia socorro pelo telefone, ele se apressou em deixar o local do crime.

Outros crimes

O suspeito é investigado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 2 pelo crime de roubo seguido de estupro. Em 26 de abril, ele teria abordado uma mulher no Sol Nascente e a estuprou.

Segundo a polícia, ele morou no Sol Nascente e em Águas Lindas (GO), no Entorno do DF, mas atualmente não tem endereço fixo e trabalha como carroceiro. A polícia investiga se há participação de outras pessoas no triplo homicídio.

Há mandado de prisão contra ele na Bahia por homicídio e três condenatórios na Justiça do DF: dois roubos e um estupro.

O delegado disse que, em 17 de maio, Lázaro invadiu outra casa da região, próxima ao local do crime da madrugada de quarta-feira. O modus operandi foi semelhante: ele entrou na casa com revólver e faca, amarrou a família e tirou as roupas deles. Só que, daquela vez, ninguém ficou ferido.

Veja fotos do local do crime e de Cleonice:

8 imagens
Local do triplo homicídio, na Fazenda Vidal
Delegado Raphael Seixas
Casa da família Vidal
Carlos Eduardo Marques Vidal
Cláudio Vidal de Oliveira
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Lázaro é suspeito de praticar o quádruplo homicídio e está sendo procurado

Reprodução/PCDF
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Local do triplo homicídio, na Fazenda Vidal

Material cedido ao Metrópoles
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Delegado Raphael Seixas

Luísa Guimarães/Metrópoles
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Casa da família Vidal

Material cedido ao Metrópoles
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Carlos Eduardo Marques Vidal

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Cláudio Vidal de Oliveira

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Gustavo Marques Vidal

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Cleonice Marques de Andrade

De acordo com a Polícia Militar do DF (PMDF), a porta da casa estava arrombada. A cunhada de Cláudio Vidal contou ao Metrópoles que Cleonice Marques chegou a ligar para pedir socorro.

Sônia Maria, 58, disse que Cleonice pediu socorro com a voz baixa no telefone. “Ela falou que estavam entrando na casa dela e pediu para ligar para a polícia, mas logo desligou o telefone. Acredito que tomaram dela”, explicou.

Família acredita em assalto

Familiares e amigos das vítimas acreditam na hipótese de assalto. Segundo Edivaldo Gomes, amigo da família, as vítimas não tinham inimizade com ninguém e mantinham boas relações com os clientes da floricultura e com os vizinhos.

“Somos amigos há anos, conheço os meninos desde criancinha e é choque pra mim. Não tem possibilidade de ser acerto de contas, só pode ser assalto, mesmo”, afirmou.

À reportagem, o sobrinho de Claudio Vidal contou que não pode imaginar outro motivo para o triplo homicídio. “Acreditamos que podem ter entrado na chácara em busca de dinheiro, e eles podem ter reagido, mas desconhecemos outros motivos”, reforçou.

“Os familiares das vítimas moram na residência ao lado. Eles informaram que a família tem uma floricultura e não tinha inimizades. Há uma semana, um assalto foi cometido na região, mas eles não souberam informar o que, de fato, ocorreu”, explicou o sargento da PMDF Tiago Gomes, que esteve no local.

“Não há testemunhas. Os parentes viram apenas uma movimentação suspeita, pensaram que se tratava de roubo, mas, quando entraram na casa, se depararam com os corpos e chamaram a polícia”, completou o PM.

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