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Suspeito de matar a ex ficou 3 horas de campana em apartamento

Circuito de câmeras registrou Alan Fabiano monitorando a movimentação no apartamento de Luciana de Melo Ferreira no Sudoeste

atualizado

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Vídeo/Reprodução
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1 de 1 capa265 - Foto: Vídeo/Reprodução

Câmeras de segurança do edifício no Sudoeste onde Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, morava registraram o momento em que o suspeito de matá-la, Alan Fabiano Pinto de Jesus, 45, monitora a chegada da vítima no apartamento. Para a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o registro confirma que o 33º feminicídio da capital em 2019 foi premeditado.

Nas imagens (veja abaixo), é possível observar que o vigilante e ex-namorado da vítima observa a movimentação no apartamento. Quando nota a chegada da vítima, Alan desce as escadas correndo, munido de um objeto.

A suspeita é de que o artefato tenha sido usado para golpear Luciana. O corpo da mulher tinha pelo menos “40 marcas de perfuração por objeto perfurocortante”, conforme informado pelos investigadores.

“As imagens mostram que o crime foi premeditado. Nos vídeos, ele aparece vigiando a vítima, monitorando a chegada da Luciana. Sabemos que ele ficou de campana à espera dela”, explicou o delegado-chefe da 3ª Delegacia de Polícia, Ricardo Viana.

Cerca de 30 minutos depois, o vigilante é flagrado deixando a portaria do edifício. Ele carrega uma bolsa nas mãos. Para o delegado, foi uma tentativa de desviar a linha de investigação da PCDF, dando a entender que o crime seria um latrocínio (roubo seguido de morte). A suspeita é de que Alan tenha entrado na portaria após digitar a senha de acesso na entrada.

8 imagens
Polícia Civil faz perícia no apartamento onde Luciana foi morta
Perícia da PCDF foi ao local do crime
Prédio no Sudoeste Econômico onde Luciana morreu
Parentes estavam inconsoláveis
Muito abalada, a filha de Luciana não quis falar com a imprensa
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Alan Fabiano

Imagem cedida ao Metrópoles
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Polícia Civil faz perícia no apartamento onde Luciana foi morta

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Perícia da PCDF foi ao local do crime

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Prédio no Sudoeste Econômico onde Luciana morreu

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Parentes estavam inconsoláveis

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Muito abalada, a filha de Luciana não quis falar com a imprensa

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Geraldo Sousa, zelador do prédio onde a vítima morava

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Delegada da 3ª DP (Cruzeiro), Claudia Alcântara

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“Lutou para não morrer”

A perícia da Polícia Civil concluiu que Luciana “lutou para não morrer“. Ele está internado sob escolta no Hospital de Base (HBDF) e não tem previsão de alta médica. Ao analisar a cena do crime, Viana classificou o episódio como “cruel, hediondo e covarde”.

“Em conversa com o médico descobrimos que Alan teria cometido o crime no sábado e no domingo tomou posto em seu trabalho, no Ministério da Economia. Deu entrada na segunda-feira [22/12/2019] no Hran [Hospital Regional da Asa Norte] com traumatismo cranioencefálico. Na terça, foi transferido para o Hospital de Base. Segundo o médico, ele realmente tem micro lesões no cérebro. Ele está aparentemente aéreo, viajante, diz não saber o que estava acontecendo e que desconhecia a vítima”.

A PCDF ainda desconhece o que teria provocado a lesão no suspeito. “Não podemos afirmar que tenha sido provocada durante a luta com a vítima. Ele não conseguiu falar nada, mas é fato que ele sofreu o trauma. Também é fato, e os peritos comprovaram, que a vítima lutou para não morrer”. Os investigadores não descartam a hipótese de que o trauma tenha sido provocado durante uma possível tentativa de suicídio de Alan.

Na tarde desta terça-feira, policiais civis da 3ª DP vasculhavam a casa do suspeito em busca da arma do crime e do objeto furtado por Alan em sua residência, no Sol Nascente, em Ceilândia.

Alan deverá ficar por mais três dias no Hospital de Base, em decorrência do diagnóstico de traumatismo cranioencefálico. O tempo, segundo repassado pelo neurocirurgião ao delegado, é suficiente para que o suspeito fique em observação e seja melhor avaliado.

“Não estou sabendo”

O vigilante disse que “não se lembra” de como foi parar no HBDF. Em vídeo obtido pelo Metrópoles, Alan é questionado por um policial. Com o vigilante deitado sobre uma maca, o PM pergunta: “Você conhece a Luciana?”. Como resposta, ouve apenas “hum?”, seguido de silêncio.

O policial continua: “A Luciana, sua ex-namorada, foi morta com uma facada no peito. O senhor está sendo acusado de homicídio. Está sabendo disso?”. “Não estou sabendo de nada não”, diz Alan.

O vigilante é novamente questionado: “O que aconteceu com o senhor, que está aqui no hospital?”. “Eu estava no trabalho, no serviço, e do serviço eu vim pra cá”, responde.

“Mas o que aconteceu? Por que o senhor está com o olho roxo? Alguém te bateu? Foi acidente de moto, de carro?”, continua o policial. “Não lembro”, finaliza o vigilante.

Veja o vídeo:

Tornozeleira

Alan usava tornozeleira eletrônica até 4 de dezembro. O motivo foi uma tentativa de homicídio contra Luciana. Segundo informações obtidas pelo Metrópoles, o acusado teria provocado um acidente de carro de propósito para ferir a vítima quando ela disse que queria terminar o relacionamento. A tentativa de feminicídio ocorreu em outubro deste ano.

O vigilante a ameaçou de morte e jogou o carro em que ambos estavam contra uma árvore. Luciana pulou momentos antes da colisão e se feriu.

Na época, o homem, que é morador de Ceilândia, foi preso em flagrante e denunciado por violência doméstica. Ele passou semanas detido, até que a Justiça concedeu liberdade, mediante uso de tornozeleira eletrônica. Em 21 de outubro, foi realizada a audiência de custódia.

Para ser solto, Alan teve que, além de usar tornozeleira, pagar fiança de R$ 2 mil e se comprometer a manter distância de ao menos 500 metros da vítima. Em 4 de dezembro, a Justiça autorizou a retirada do dispositivo.

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