Suspeita de homicídio, agente da PCDF vai a júri após dizer que sargento da PM se matou com 3 tiros
O militar foi encontrado morto na sala de seu apartamento, no setor Sudoeste, em 24 de fevereiro de 2016. Tese de suicídio foi desmontada
atualizado
Compartilhar notícia
Cinco anos após a morte do marido, a agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Mirtes Gomes Amaro, 54 anos, vai a júri popular na próxima sexta-feira (8/10). Ela será julgada pelo assassinato do sargento da Polícia Militar do DF (PMDF) Daniel Quezado Amaro, 45 (foto em destaque), ocorrido no Sudoeste, bairro nobre de Brasília, em 24 de fevereiro de 2016.
Mirtes foi indiciada por homicídio qualificado. A mulher, no entanto, continua em liberdade e recebendo a pensão do militar. Na versão inicial da agente, o companheiro teria cometido suicídio, hipótese prontamente rechaçada pelos investigadores, uma vez que seria praticamente impossível alguém tirar a própria vida com três disparos.
O sargento foi encontrado morto na sala de seu apartamento pelas primeiras equipes de socorro que chegaram ao local.
Durante as investigações, conduzidas pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) e, posteriormente, pela Corregedoria da PCDF, Mirtes sustentava em seus depoimentos que o marido havia cometido suicídio na frente dela.
Muito querido
A morte do militar causou grande comoção no meio policial, pois ele era muito querido na corporação. No dia em que foi encontrado sem vida, houve uma intensa movimentação de PMs no Sudoeste, provocando engarrafamento no bairro.
No decorrer das apurações, uma série de exames foi elaborada pelo Instituto de Criminalística da PCDF. O resultado do laudo cadavérico, por exemplo, foi considerado “inconclusivo” para suicídio.
Aposentadoria
De acordo com pessoas próximas a Quezado, o PM fazia planos de se mudar do Distrito Federal após se aposentar. O sargento sonhava viver no Nordeste e chegou a trocar mensagens com amigos, pelo celular, comentando o desejo. Tanto o telefone do militar quanto o de sua esposa foram alvo de perícia.
As apurações confirmaram que o casal viveu uma relação conturbada ao longo de 27 anos, fato comprovado por parentes do militar durante depoimentos. “Estamos confiantes na Justiça, pois ninguém se mata com três tiros. Mais do que isso, a farsa montada por Mirtes será aniquilada pelo conselho de sentença. A morte de Quezado não será em vão. A justiça tarda, mas nunca falha!”, afirmou o assistente de acusação e advogado da família da vítima, Luciano Macedo Martins.
O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa de Mirtes Gomes Amaro. O espaço permanece aberto para manifestações.