Suspeita de corrupção no BRB repercute no The New York Times
Jornal americano aborda possível propina na construção de hotel que foi ligado ao grupo do presidente Trump, hoje chamado LSH Lifestyle
atualizado
Compartilhar notícia
O escândalo envolvendo suposta organização criminosa na cúpula do Banco de Brasília, revelado pela Operação Circus Maximus, repercutiu no The New York Times. O jornal norte-americano publicou matéria com o seguinte título: “Investidores do antigo hotel da marca Trump no Brasil são acusados de corrupção”. As suspeitas de organização criminosa, crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, corrupção e tráfico de influência citadas pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Polícia Federal (PF) e Justiça Federal são levantadas pelo periódico.
A reportagem lembra de entrevista concedida pelo empresário Paulo Figueiredo Filho ao NYT, em 2015, na qual ele se gabava de ter acesso ao então candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump.
Mas, no final de 2016, a Organização Trump saiu do projeto de construção do hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e as letras douradas com o sobrenome do presidente dos EUA foram removidas do suntuoso complexo à beira-mar, que passou a se chamar LSH Lifestyle Hotels.
Agora, o MPF e a Polícia Federal aguardam a prisão de Paulo Figueiredo, morador dos Estados Unidos, único dos 14 supostamente envolvidos no esquema com mandado de prisão expedito ainda em liberdade.
O The New York Times aborda ainda que empresários e executivos do Banco de Brasília estariam encarregados de desviar recursos de três empreendimentos. Um deles é o LSH Lifestyle. O outro projeto citado é o prédio de escritórios em Brasília chamado de Praça Capital.
Um terceiro viés da investigação, conforme os autos da denúncia do MPF, recai sobre possíveis irregularidades em uma operação para recuperação financeira do jornal Correio Braziliense. Embora esse caso conste na documentação do MPF e da Justiça como uma das supostas fraudes, não é mencionado pelo The New York Times.
O trecho do processo que relata a possível participação de diretores atuais e antigos do Banco de Brasília como prováveis intermediários que facilitam recibos falsos também é mencionado.
As citações de que subornos eram frequentemente pagos em dinheiro aos envolvidos, “alguns em espécie, incluindo ingressos VIP para o Rock in Rio e uma festa de casamento gratuita”, também chegaram ao conhecimento internacional.
Relações com a família Bolsonaro
O texto publicado no jornal norte-americano ainda afirma que Figueiredo mantinha relações próximas com o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Flávio, que recentemente se tornou foco de uma investigação de corrupção, compartilhou uma foto nas redes sociais na qual chama Figueiredo de “empresário de sucesso com bom senso e visão política altamente qualificada”.