Suspeita de ataque hacker em coordenação de ensino do DF é investigada
Notificações falsas no sistema de gestão de pessoas atrasou distribuição de professores nas escolas de Ceilândia
atualizado
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Um erro de notificação que vem sendo entendido como ataque hacker no sistema Khronos, usado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) para distribuir professores pelas escolas públicas, afetou 55 colégios de Ceilândia na manhã dessa quarta-feira (16/2). O ataque foi descoberto e resolvido. Servidores da Coordenação Regional de Ensino (CRE) da região administrativa fizeram um boletim de ocorrência na Polícia Civil, que investiga o caso.
O ataque consistiu na invasão do sistema e na notificação de desistência de 200 dos 1.248 professores contratados como substitutos pela CRE de Ceilândia. Uma vez assinalada a desistência, o sistema cancela a designação do professor para a escola e convoca um outro que tenha passado no processo seletivo simplificado – realizado em novembro do ano passado.
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, falou por telefone com o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo. O caso será encaminhado para a Delegacia de Crimes Cibernéticos. “Daremos prioridade total para termos uma investigação célere. Atacar a educação pública é muito grave”, disse Danilo. “Queremos saber o que está por trás disso. Se é fraude, sabotagem, com que motivação”, diz Paranaguá.
Notificação fraudulenta
A notificação de desistência, porém, era fraudulenta. Foi feita por um usuário que entrou com as senhas de duas servidoras da CRE de Ceilândia. As operações no sistema Khronos foram efetuadas entre 9h e 10h30. Durante o tempo, as duas servidoras estavam participando de conferências no Google Meet, atendendo professores da rede.
O ataque foi descoberto quando alguns professores procuraram a regional de ensino dizendo ter sido notificados por e-mail de que haviam desistido da vaga. Eles avisaram que não desistiram e estavam prontos a assumir as turmas para as quais haviam sido designados.
A CRE da Ceilândia comporta ao todo 97 escolas. Lá, estudam pouco mais de 80 mil estudantes e lecionam 3,5 mil professores. Informações preliminares da Unidade de Gestão de Pessoas registram que o ataque afetou sobretudo escolas classe, que oferecem ensino fundamental nos anos iniciais e finais, ou seja, do primeiro ao nono ano, abrangendo crianças e jovens dos 6 aos 15 anos.