Superlotado, pronto-socorro do HRG só vai receber pacientes graves
Atendimentos na noite de sábado (20/2) ficaram restritos a casos mais graves, com risco de morte
atualizado
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O Hospital Regional do Gama (HRG) decretou bandeira vermelha na noite desse sábado (20/2) devido a alta demanda por atendimento registrada na unidade. Pacientes que estiveram no local relatam longas horas de espera e falta de médicos para prestar auxílio.
A Secretaria de Saúde informou que os atendimentos do pronto-socorro ficaram restritos aos casos mais graves no sábado, com risco de morte. A pedagoga Patrícia, 42 anos, conta que levou a mãe de 77 anos ao HRG por volta de 20h30. Elas foram atendidas em torno de 2h30 da madrugada, afirma a pedagoga.
“Minha mãe é cardíaca, está com câncer e infecção urinária. Ela estava em casa passando muito mal”, lembra Patrícia. “Chegamos no pronto-socorro e não tem médico para atender”.
Conforme relatado por Patrícia, a equipe do local comunicou que não havia médico cardiologista ou clínico no momento. Havia outros idosos que também aguardavam atendimento.
“Conseguimos um leito para internar e dar medicação às 2h30. Estava lotado, a demanda é muito grande e quem está trabalhando fica sobrecarregado”, completa a pedagoga. “O atendimento demorou, mas os profissionais que estavam e estão prestaram um atendimento muito bom”.
Em nota, a SES destacou que o HRG continua com alta demanda. Neste domingo (21/2), o atendimento está restrito aos pacientes classificados em vermelho e laranja, seguindo a classificação de risco, que prioriza os casos mais graves.
Ala de Covid-19 superlotada
Após o colapso registrado em Manaus (AM) pela falta de oxigênio em janeiro, as tensões se voltam aos estados e municípios, principalmente sobre o risco de uma crise generalizada. No Distrito Federal, por exemplo, o Hospital Regional do Gama (HRG), que é uma das referências para o tratamento da Covid-19, solicitou à Secretaria de Saúde o “hasteamento da bandeira vermelha” para a ala respiratória, setor que recebe pacientes acometidos pelo coronavírus.
Em documento obtido pelo Metrópoles, a unidade pede “o acionamento do plano de contingência” para caracterizar o momento emergencial. “Tal solicitação vem embasada na situação caótica em que nos encontramos”, alerta o memorando expedido na quinta-feira (14/1). A bandeira serve, por exemplo, para impedir que novos pacientes sejam direcionados para a unidade.
“Reforçamos aos gestores e autoridades competentes que o bloco respiratório no momento encontra-se superlotado com 5 (cinco) pacientes na Sala Vermelha, todos com necessidade de oxigenioterapia em alto fluxo, e 5 (cinco) pacientes na Unidade de Cuidados Intermediários, também todos com necessidade de oxigênio. Não há mais pontos de oxigênio, monitores multiparamétricos ou sequer espaço físico disponível para novos pacientes”, advertiu o documento.