Superlotado, hospital do DF restringe atendimento na emergência
Com pacientes dividindo até macas, unidade do Gama vai atender só casos graves na manhã desta sexta-feira (10/05/2019)
atualizado
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Pacientes dividindo os mesmos leitos, corredores lotados, falta de macas e de cadeiras para acomodar pessoas. Esse é o cenário atual do Hospital Regional do Gama (HRG). Em razão disso, o atendimento no pronto-socorro está restrito apenas a casos graves, pelo menos na manhã desta sexta-feira (10/05/2019).
Imagens divulgadas nas redes sociais nessa quinta-feira (09/05/2019) mostram a superlotação da Sala Vermelha, que recebe pacientes em estado grave. O espaço funciona como uma ala semi-intensiva.
Em um dos leitos, duas mulheres estão deitadas, juntas, enquanto recebem atendimento médico. Do outro lado da sala, mais pessoas. De acordo com a Secretaria da Saúde, até a noite de quinta-feira (09/05/2019), nove pacientes estavam internados na Sala Vermelha. O espaço tem apenas quatro leitos e duas macas para reanimação.
A situação fez com que a direção do HRG decretasse bandeira vermelha. “Isso significa que o atendimento de porta está restrito apenas aos casos com classificação vermelha”, explica a secretaria. A pasta também afirma que, para melhorar o cenário, os profissionais “reavaliam os pacientes internados e dão alta para os que estiverem em condições”. Três médicos atuarão no local pela manhã e quatro durante a tarde desta sexta-feira.
Pronto-socorro
Os dados da Saúde mostram que o caos não está instalado só na ala semi-intensiva mas também no pronto-socorro. A emergência conta com apenas 39 leitos, mas, na quinta-feira (09/05/2019), 101 pacientes estavam internados no espaço. Nesta sexta-feira, o número caiu para 78.
De acordo com a pasta, o HRG é um dos hospitais da rede pública que mais atendem”. Somente em abril deste ano, 13.779 pessoas passaram pelo pronto-socorro. Desse total, 4.331 são de pacientes do Entorno”, destacou .
Descaso
Um dos diretores do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF), Newton Batista classifica o quadro como “caótico”. “Você tem pacientes um em cima do outro. Pessoas com precaução de contato internadas na mesma ala, separados apenas por cortinas. A gente sabe que não é o ideal”.
Marli Rodrigues, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Distrito Federal (SindSaúde), afirma que a situação do HRG se agravou depois que o pronto-atendimento infantil da instituição foi fechado. Por isso, crianças e adultos são atendidos na mesma ala emergencial, causando superlotação. “É impossível que um hospital como esse tenha aquela emergência fechada”.