Superfaturamento nas obras no Mané Garrincha é tema do “Fantástico”
O”Cadê o Dinheiro que Estava Aqui” mostrou os números dos desvio de verba pública durante a construção do estádio
atualizado
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Na edição deste domingo (29/10), o “Fantástico”, no quadro “Cadê o Dinheiro que Estava Aqui”, mostrou os desvios de verba no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. As investigações culminaram com a prisão dos ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), além do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB).
Segundo dados do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), o superfaturamento nas obras do estádio, utilizado na Copa do Mundo de 2014, é estimado entre R$ 470 milhões e R$ 560 milhões. Mensalmente, a manutenção do espaço custa R$ 700 mil aos cofres públicos.Renato Rainha, conselheiro do TCDF, afirmou que os gastos com o estádio contrastam com a crise na saúde, segurança e educação da capital. A obra foi financiada pela Terracap e, de acordo com os órgãos de controle, houve superfaturamento em diversas áreas, como pagamento de hora extra, vale-transporte e compra de equipamentos.
Um dos números que mais chamou atenção do Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPCDF) foi o valor pago no transporte de um guindaste. O equipamento foi declarado com um peso de 96 mil toneladas. Quando, normalmente, não ultrapassa 90 toneladas.
Lava jato
No âmbito das investigações da Lava Jato, a Polícia Federal descobriu que uma parte de superfaturamento das obras serviu para cobrir a infraestrutura de shows, almoços e outras apresentações. “Eram eventos que atenderam a pedidos de agentes políticos da época e, posteriormente, foram inseridos como custos da construção do estádio”, afirmou a delegada Fernanda Costa.
Em 23 de maio, a PF prendeu os ex-governadores Agnelo Queiroz (PT), José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), à época assessor especial do presidente Michel Temer. Eles ficaram detidos por nove dias.
Outros sete mandados de prisão temporária foram expedidos contra agentes públicos, ex-servidores e empresários, entre eles a ex-presidente da Terracap, Maruska Lima, o dono da Via Engenharia, Fernando Márcio Queiroz, e o ex-secretário da Copa, Cláudio Monteiro.
As prisões foram autorizadas pela 10ª Vara Federal, depois que investigações da PF identificaram fraudes e desvios de recursos públicos em obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014. Orçada em R$ 600 milhões, a arena brasiliense custou mais de R$ 1,6 bilhão. A operação, batizada de Panatenaico, é decorrência das delações de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena em consórcio com a Via Engenharia. A Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 155 milhões de 13 envolvidos no esquema.