Superação e alegria: veja histórias de quem rompeu obstáculos em 2021
Neste 25 de dezembro, o Metrópoles apresenta relatos de moradores da capital que, mesmo com as adversidades da vida, venceram
atualizado
Compartilhar notícia
Natal, tempo de amor, compaixão, solidariedade, união e gratidão. Gratidão, principalmente, à vida, uma vez que ainda estamos atravessando uma pandemia que já matou quase 620 mil no país e 5,3 milhões de pessoas mundo afora. Neste sábado (25/12), o Metrópoles conta histórias de pessoas que superaram obstáculos e venceram 2021. Relatos de esperança, luta e resiliência de homens e mulheres que, mesmo diante das adversidades, se tornaram propagadores da vitória, do bem e do amor.
Do desemprego à alegria da gravidez
Depois que defendeu a tese de doutorado em Medicina Tropical, em março do ano passado, Samara Magalhães, 32 anos, se viu em meio ao primeiro lockdown provocado pela Covid-19 no país – e sem fonte de renda. “Muito ativa”, como ela própria se descreve, chegou a desenvolver um quadro depressivo devido à falta de perspectiva. “Foi muito difícil. De repente, fiquei sem nada. Financeiramente, foi muito complicado mesmo. Desenvolvi um quadro depressivo e precisei iniciar uma terapia”, relata ao Metrópoles.
Samara se inscrevia em editais voltados à Ciência e Tecnologia, mas o desalento das recusas gerou cada vez mais decepções. Em abril deste ano, simplesmente perguntou se uma vaga que havia recebido há um tempo ainda estava aberta. “Pediram meu currículo e logo depois chamaram para entrevistas, fizeram análises e passei. Quando deu certo, nem acreditei”, conta.
Em meio à recuperação da saúde mental, e também à nova conquista profissional, Samara e o marido, Marcelo, tiveram mais uma notícia boa: havia um bebê a caminho. “Eu estava tão feliz, tão preenchida de alegria, que logo depois eu descobri que estava grávida”, revela. Ela já está no nono mês de gestação.
Batalha contra a Covid-19
Em 2021, o fotógrafo Francisco Luiz Lima Rocha Ferreira, 38, entendeu o verdadeiro significado de superação e fé.
Em março deste ano, após uma batalha de 21 dias contra a Covid-19, em uma unidade de terapia intensiva (UTI), com oxigênio e antibióticos, ele recebeu alta e voltou para casa, onde continuou a recuperação ao lado da família. Chico – como é chamado carinhosamente por amigos e familiares – teve o quadro grave da doença e precisou ser intubado. Ele ficou sete dias respirando com ajuda dos aparelhos.
Depois da extubação, Chico perdeu a consciência e teve sintomas de transtorno de estresse pós-traumático. “Fiquei perturbado da cabeça. Estava desorientado e não entendia o que estava acontecendo. Imaginei que estava em uma clínica clandestina e cheguei a pensar que os enfermeiros me maltratavam. Eu escutava vozes. Era tudo fruto de confusão mental. Foi o período mais complicado”, assinala. Chico se refere a um fenômeno médico chamado delirium, comum em pacientes submetidos a altas doses de sedação.
Mesmo diante das dificuldades, ele venceu. Com sequelas provocadas pela doença, fez tratamento para traumas físicos e psicológicos. Neste fim de ano, o fotógrafo comemora a cura. “Essa foi a grande dificuldade deste 2021. Como eu sobrevivi, me sinto muito agradecido a Deus. O reencontro com pessoas que oraram por mim me emociona muito. Estou extremamente feliz”, conclui.
“O isolamento nos deu força”
Casamento marcado, contratos fechados com fornecedores e, de repente, perda da fonte de renda. Assim começou o ano de Douglas Nascimento, 31, que era dono de uma distribuidora de cosméticos e perdeu os direitos de distribuição logo em janeiro.
“Fiquei sem chão, não sabia o que fazer”, revelou Nascimento ao Metrópoles. A celebração da união com Ingrid Oliveira, marcada para junho, chegou a ser ameaçada. “Várias vezes [tivemos medo]. Em janeiro, começamos a fechar com fornecedores, com o buffet, não sabíamos se conseguiríamos pagar”, lembra o homem.
Em fevereiro, Douglas resolveu investir no ramo alimentício para animais, a Agro House. Hoje, já colhe os frutos da aposta. “Eu vi a oportunidade no ramo pet, mais voltado para o agro, e ela está nos dando um retorno. Atualmente, estamos expandindo o espaço da loja de 50m² para 100m², e isso com menos de um ano”, comemora o empresário.
Após a conquista, o casamento aconteceu, tranquilamente. Celebrada em junho, a união marcou um facho de luz em meio ao período de escuridão vivido desde que a pandemia do novo coronavírus iniciou-se, ainda em 2019. “O casamento veio num momento muito difícil, mas veio para celebrar a vida. Para mim, representou unir forças para superar esse período. O isolamento nos deu força”, finaliza Douglas.
Fé
Após ter Covid-19 e ficar um mês internada no Distrito Federal, a aposentada Alda Oliveira dos Santos (foto de destaque), 61, sabe o que é retomar a vida plenamente. Em entrevista ao Metrópoles, a filha da mulher, a professora de dança Lívia Cristina Santos Pereira, 36, disse que só há motivos para agradecer e celebrar este 2021.
Alda pegou o vírus e, inicialmente, teve poucos sintomas de gripe. “Até que um dia, a saturação chegou a 83%. Ela estava com 30% de comprometimento no pulmão. A situação piorou muito lá dentro. Chegou a ser intubada por duas vezes na UTI e desenvolveu uma bactéria resistente que os médicos não conseguiam combater”, relata Lívia.
“Foi tudo muito difícil. Precisávamos ter paciência. A situação era delicada. Em momento algum, no entanto, cogitamos um risco de morte”, esclarece. “Ela fez um programa de reabilitação na Rede Sarah. Hoje, está 100% recuperada”, comemora a filha.
Hoje a aposentada não tem sequelas da doença. A família acredita que a recuperação da matriarca foi a maior superação que eles já passaram na vida. “Vencemos com muita fé. Quantas pessoas não tiveram essa mesma oportunidade de se tratar. Este ano tem um significado diferente para a gente. Temos muito a comemorar nesse tempo especial.”
Veja vídeo de todo o processo de recuperação de Alda: