Sujeira nas ruas: brasilienses reclamam do novo sistema de coleta
Cidades visitadas pela reportagem estão com lixo acumulado por causa do recolhimento em dias alternados. SLU pede que população se informe
atualizado
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Moradores de diferentes regiões administrativas do Distrito Federal reclamam de sujeira acumulada pela cidade. O Metrópoles percorreu diversas ruas na manhã desta terça-feira (15/10/2019) e comprovou o acúmulo. O problema é resultado da mudança na coleta de lixo na capital da República. Desde a última quinta-feira (10/10/2019), o recolhimento passou a ser realizada em dias alternados.
Antes, o serviço era diário em 35% das cidades do DF. A reportagem percorreu as regiões do Paranoá, Itapoã e São Sebastião. O cenário encontrado é de lixeiras amontoadas com sacolas de plástico, além de resíduos espalhados nas ruas. Os contêiners estão lotados. No Paranoá Parque, há cestos de lixo transbordando. Os sacos estão no meio das pistas.
“Está assim desde sábado (12/10/2019). O caminhão não passou. Muitas pessoas não têm conhecimento sobre as mudanças na coleta e acaba virando isso. O resultado é muita sujeira e risco de doenças para a população. Sem contar o mau cheiro”, afirma a dona de casa Eva Mariana Lopes, 30 anos, moradora da Quadra 3 da região,
Na Avenida Del Lago, no Itapoã, a situação é ainda pior. Em frente a um supermercado, Manoel da Silva, 37, funcionário do estabelecimento, foi remanejado dos afazeres diários para organizar as lixeiras.
“Estamos tentando dar um jeito até o SLU passar para recolher. Acumulou demais”, aponta Manoel. “Se continuar assim nos próximos dias de mudança, vai complicar. A fachada do mercado é o cartão de visitas para os clientes. Tem de sempre estar limpa”, comenta.
Chorume
Na vizinhança, a dona de um bar reclama da sujeira. “Tento juntar o mínimo de lixo possível. Agora, teremos que nos policiar ainda mais para colocar as sacolas na rua só nos dias em que o caminhão for passar. O ruim dessa sujeirada acumulada é que escorre chorume. Se chover, espalha coisa ruim pela pista inteira”, reclama a lojista que preferiu não se identificar.
Na Avenida Comercial do Setor Tradicional, em São Sebastião, a reportagem também flagrou sacos de lixo nas vias. O proprietário de um restaurante, Marcelo Lago, 40, disse que a coleta não passa na região desde a última quinta-feira.
“Teve paralisação do serviço, mudanças na coleta e a população ficou prejudicada. Para o comércio, é muito ruim. Os clientes não gostam de um ambiente que é sujo”, lembra Marcelo.
“Por mais que o restaurante esteja limpo, o lixo na rua está próximo. Acaba queimando o filme. Esperamos que hoje (terça-feira) isso possa ser resolvido”, afirma o comerciante.
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SLU
O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) explicou a situação das cidades visitadas pelo Metrópoles. Segundo o órgão, no Paranoá e em São Sebastião, a coleta é realizada às segundas, quartas e sextas em algumas quadras. Em outras, às terças, quintas e sábados.
“Como na última quinta-feira (10/10/2019) teve paralisação dos garis, no período da manhã, as coletas foram comprometidas, atrasando a prestação dos serviços. Cabe lembrar que no domingo não há coleta”, afirma o SLU, em nota enviada à reportagem.
“Diante disso, nessa segunda-feira (14/10/2019), naturalmente as lixeiras e contêineres amanheceram mais cheias, já que algumas coletas na segunda-feira são realizadas à noite”, detalhou o órgão.
“O cidadão pode colaborar dispondo os resíduos nos dias e horários informados no site e, caso a coleta não seja realizada, deverá ligar na Ouvidoria Geral, no 162, para que o SLU possa cobrar o cumprimento da prestação do serviço das empresas”, completa.
Novo sistema
Desde o dia 10 de outubro, a coleta de lixo no Distrito Federal mudou. O serviço é feito de forma alternada, e não mais diariamente, como ocorria em muitas cidades. Com isso, o governo espera economizar no pagamento das empresas.
“Atualmente, apenas 35% de todo o DF têm coleta diariamente. Com esses novos contratos (com as empresas), a convencional passará a ser em dias alternados”, explicou o Serviço de Limpeza Urbana (SLU).
Um calendário é elaborado pelo órgão e, futuramente, será informado à população. Haverá dias e caminhões diferentes para recolher o lixo orgânico, que vai para o aterro, e o seco, destinado à reciclagem.