STF autoriza Carlos Xavier a responder processo em liberdade
O ex-deputado foi condenado, em 2014, por ser o mandante do assassinato de um adolescente em 2004. Ele estava foragido
atualizado
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Condenado a 15 anos de prisão em 2014, o ex-deputado distrital Carlos Xavier responderá em liberdade ao processo no qual é acusado de ter mandado matar um adolescente em 2004. A decisão, em caráter liminar, é do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Carlos, também conhecido como Adão Xavier, estava foragido desde setembro de 2016 quando o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou que ele cumprisse a pena imediatamente.
A medida foi reformulada pelo STJ e a defesa do ex-deputado recorreu. No STF, os advogados alegaram que a sentença condenatória de primeiro grau concedeu o direito de Carlos Xavier recorrer em liberdade.
Disseram ainda que a Corte Superior não poderia ter cassado a decisão do TJDFT que concedeu a liberdade, porque “não houve qualquer decisão emanada pelo STJ determinando a imediata custódia do paciente anteriormente”.
“O habeas corpus impetrado em favor do paciente na instância ordinária tinha como objetivo precípuo restabelecer o que foi decidido pelo juiz sentenciante que concedeu ao paciente o direito de recorrer em liberdade, uma vez que o mesmo não representava risco à ordem pública nem se vislumbrava qualquer outra causa que justificasse sua prisão preventiva”, afirmaram na petição.
Para Wendel Faria, advogado de Xavier, a esperança é que as provas contra ele sejam avaliadas “de maneira mais significativa”. “É mais um alívio. O processo não terminou. Ainda existem recursos normais contra a decisão. O Ministério Público ainda pode recorrer”, afirmou.
Assassinato
Primeiro parlamentar a ter o mandato cassado na Câmara Legislativa, Carlos Xavier foi condenado pelo Tribunal do Júri em 26 de fevereiro de 2014, 10 anos depois da morte de Ewerton da Rocha Ferreira, 16. O crime ocorreu no Recanto das Emas. O corpo de Ewerton foi encontrado atrás de uma parada de ônibus.
Segundo a acusação, Xavier contratou o capoeirista Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Risadinha; Leandro Dias Duarte; e um adolescente para executarem a vítima.