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Sonho de Natal. Menino com deficiência quer avião para “voar bem alto”

Renan Leal Bezerra, 5 anos, e cerca de 600 garotos e garotas atendidos pela Fehsolna contam seus desejos em cartas ao Papai Noel

atualizado

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1 de 1 Fehsolna 10 - Foto: JP Rodrigues/Especial para o Metrópoles

O pequeno Renan Leal Bezerra, de 5 anos, pensou muito antes de escolher o presente que pediria ao Papai Noel neste Natal. “Quero um avião. Daqueles que voam bem alto lá no céu. Se não der, tudo bem. Pode ser um carrinho também. Eu adoro.” O menino, que nasceu com má-formação, sem as duas pernas e um dos braços, espera ansiosamente pela chegada do Bom Velhinho e das festividades do fim de ano.

A mãe de Renan, Cristiane dos Reis Leal, 32 anos, procurou a Federação Habitacional do Sol Nascente (Fehsolna), em Ceilândia, onde moram, para pedir ajuda. As pessoas que acompanham o caso do garoto queriam conseguir próteses para o pequeno, mas, pela idade, ele ainda não tem indicação para o tratamento. “Os médicos dizem que, quando ele completar 12 anos de idade, voltaremos a falar sobre o assunto”, revela a mulher.

O Renan é muito esperto e independente. Hoje, ele se locomove sozinho com o skate que ganhou de presente no Natal do ano passado. Tenho outras três meninas, e ele, por incrível que pareça, é o menos trabalhoso. A alegria da minha casa

Cristiane dos Reis Leal, mãe de Renan

Veja a reação de Renan ao receber o skate de presente, em 2017:

Nesta época do ano, a Fehsolna disponibiliza cartinhas de cerca de 600 crianças que desenham e escrevem seus pedidos ao Papai Noel. A ideia nasceu da presidente da instituição, Edilamar de Souza e Souza Correia, 47 anos. Ela queria realizar os sonhos de crianças que não têm condições de ganhar presentes.

Para a ação solidária, Edilamar conta com o apoio da população e de parceiros. Não há limite de número de cartas para uma pessoa apadrinhar. Quem está disposto a colaborar pode entrar em contato com a federação (confira ao final desta matéria) para retirar as mensagens identificadas com os nomes das crianças e os desejos delas. Os presentes podem ser entregues na própria instituição, responsável por distribuir toda a arrecadação em uma festa que ocorrerá em 22 de dezembro.

Presentes
Entre bonecas, bolas de futebol e super-heróis, alguns pedidos comovem pela simplicidade. “Pessoa do coração bondoso, gosto muito de ajudar a mamãe a lavar louças. Quero muito ganhar uma pia de brinquedo com alguns itens. Um joguinho de cozinha”, pede Júlia Maria, 2, também assistida pela Fehsolna.

A irmã de Renan, Talita Leal Bezerra, 7, almeja um brinquedo que nunca teve antes. “Adoro a Barbie e não tenho nenhuma. É tudo o que eu mais quero”, relata a pequenina.

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Segundo Edilamar, dar a oportunidade para essas crianças viverem as fantasias delas faz bem em muitos sentidos. “Muitos não teriam condições de ganhar os presentes que querem, devido à situação econômica. Além disso, aproveitamos para conversar sobre valores típicos do Natal. O mais importante não é o bem material, mas o amor, o respeito, o carinho e a solidariedade, que são sentimentos usados no dia a dia.”

É difícil descrever o que eu sinto trabalhando com essas pessoas. Não existe nada melhor do que ver a felicidade simples e honesta no rosto delas. É a minha cura. Não só ensino como também aprendo todos os dias com eles

Edilamar de Souza e Souza Correia, diretora-presidente da Fehsolna

Elizabete Alves da Silva Ramos dos Santos, 49, é assistente social e trabalha voluntariamente no local. Ela explica que outras formas de doação também são bem-vindas. “As nossas crianças são muito carentes e as famílias precisam de amparo. Esta é uma data de muita solidariedade. As pessoas estão emotivas, pensam mais no próximo e fazem questão de ajudar.”

Ações beneficentes
A Fehsolna foi criada em 1999. Há 11 anos, Edilamar está à frente da instituição, que atende mais de 300 famílias e oferece diversas atividades aos cadastrados. São cursos de corte e costura, alimentação saudável, oficina de beleza, capoeira e fisioterapia. Além desses, há também o programa Sol Arte, que oferta às crianças momentos de entretenimento, cuidados com a saúde e socialização.

“A nossa maior preocupação é ver a transformação na vida dessas famílias. Queremos promover cidadania e prevenir a ocorrência de situações de risco social”, diz Elizabete, que também trabalha na organização.

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No local, as mulheres fazem cursos e aprendem a se empoderar
Oficina de corte e costura
A comunidade tem acesso a fisioterapia
Também há oficinas de artesanato. Enfeites são confeccionados pelos próprios alunos
Flávia Anacondes, 35 anos, está desempregada e faz curso de costureira no local
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Frente da Federação Habitacional Sol Nascente (Fehsolna), no Trecho 1

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No local, as mulheres fazem cursos e aprendem a se empoderar

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Oficina de corte e costura

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A comunidade tem acesso a fisioterapia

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Também há oficinas de artesanato. Enfeites são confeccionados pelos próprios alunos

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Flávia Anacondes, 35 anos, está desempregada e faz curso de costureira no local

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Mulheres aprendem a cortar tecidos

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Edilamar e Elizabete

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Instituição pede ajuda para realizar a festa de Natal de cerca de 300 famílias. Celebração ocorrerá em 22 de dezembro

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Renan, 5 anos, com o skate que ganhou de presente em 2017

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Neste ano, Renan sonha em ganhar um avião de presente

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Celebração natalina
A prioridade da federação é realizar a festa de Natal deste ano para a comunidade do Sol Nascente. A comemoração vai ocorrer em 22 de dezembro. “Pedimos todo tipo de ajuda. Tudo é bem-vindo. Vamos servir cachorro-quente e guloseimas. Ainda precisamos de doações para preparar os saquinhos de doces e também de 150 panetones, que vamos distribuir para as mulheres”, diz Edilamar.

Quem quiser colaborar pode entrar em contato com a Federação Habitacional Sol Nascente. Doações financeiras não são a única forma de colaboração. Alimentos, livros, produtos de higiene, material escolar, tecidos, roupas, utensílios de cozinha, brinquedos e móveis em geral também são aproveitados.

Os interessados devem acessar a página do grupo no Facebook. Para mais informações ligue ou entre em contato pelo WhatsApp por meio destes números: (61) 98627-7152 (Elizabete) e (61) 98482-9790 (Edilamar).

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