Sobrevivente de tragédia com 5 mortos aguarda cirurgia há dois meses
Com uma infecção contraída durante o período que esteve em coma, ele aguarda uma cirurgia apenas para saber qual bactéria tem na perna
atualizado
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Quase um ano após ser vítima de um acidente na BR-040 onde foi o único entre seis pessoas a sobreviver, Guilherme Diogo Teixeira, 27 anos, está novamente internado no Hospital de Base. Com uma infecção contraída durante o período que esteve em coma, ele aguarda há quase dois meses por uma cirurgia apenas para saber qual bactéria tem na perna.
Guilherme conta que, desde quando teve alta após se recuperar do acidente, tem caroços de pus com sangue na perna que só aumentaram em quantidade ao longo dos meses. “Desde que cheguei em casa começaram a estourar as bolhas. Sempre fui tomando um antibiótico e ia melhorando, até que eu decidi voltar ao hospital”, explica.
O que era para ser apenas uma consulta se tornou uma nova internação, no dia 8 de junho. “Os médicos não sabem que bactéria está na minha perna e precisam fazer uma cirurgia para pegar uma placa, colher o material e analisar, mas tem quase dois meses que estou aguardando isso”, lamenta.
Desde então, o autônomo teve o procedimento marcado três vezes, sendo que, em uma delas, chegou a ir para a mesa de cirurgia. “Em uma oportunidade tinham apenas duas caixas para usarem: uma seria para um outro paciente e, a segunda, para mim. Só que o material dele caiu no chão e tiveram de usar o meu para terminar o dele”, lembra.
Desesperado, ele diz que se pudesse ajudar pagando algo, pagaria, mas não é algo que ele consegue fazer. “Quando fiquei internado a primeira vez e só fizeram as cirurgias no meu pé, joelho, fêmur, bacia, antebraço e braço, pois a minha família conseguiu comprar o que precisava. Nesse caso, infelizmente, não tem nada para fazer”, detalha.
A última cirurgia marcada para Guilherme tem mais de 10 dias e, desde então, ele não recebeu mais nenhuma perspectiva. “Os médicos entram aqui até de cabeça baixa já, pois não têm mais o que falar. É uma situação muito incômoda”, descreve.
O que diz o Hospital de Base
Procurado, o Instituto de Gestão Estratégica do DF (Iges-DF), responsável pelo Hospital de Base, informou que não repassa informações sobre pacientes por se tratarem de dados sigilosos.
O acidente
O acidente na BR-040 ocorreu em 9 de setembro de 2021 e deixou cinco mortos. A irmã de Karen Layane de Sousa e Silva, de 21 anos, que morreu no acidente, disse ao Metrópoles que a jovem voltava com os amigos de uma fazenda próxima de Luziânia quando ocorreu a colisão.
“Eles saíram de Santa Maria por volta de 13h30 e foram para uma fazenda depois de Luziânia – se não me engano, em Cristalina”, contou à época a mulher que pediu para não ser identificada. Estavam no veículo a irmã e outras cinco pessoas, identificadas como: Thalles Diego, Maria Luiza, Guilherme Diogo, Weverton Dias e Viviane.