“Situação grave”, diz presidente do CRM-DF sobre surto bacteriano no Hmib
Farid Buitrago, presidente do CRM-DF, pontuou sobre o risco de outros pacientes serem infectados e destacou a importância do isolamento
atualizado
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O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) se pronunciou sobre o surto bacteriano ocorrido no Hospital Materno Infantil Dr. Antonio Lisboa (Hmib).
“É uma situação grave. Esse tipo de bactéria pode causar infecções graves tanto nos recém-nascidos quanto nas mulheres puérperas e gestantes que se encontram naquela unidade. As providências tomadas devem ser drásticas, inicialmente, com isolamento da população infectada e utilização de alguns antibióticos específicos”, avalia Farid Buitrago, presidente do CRM-DF.
Ele destaca que há risco de causar infecções mais graves e em outros pacientes.
O hospital está com restrições de atendimento devido a um surto bacteriano na unidade de terapia intensiva neonatal (Utin) causado pela Acinetobacter baumannii. O gênero desse micro-organismo multirresistente está relacionado com infecções em ambiente hospitalar, apresentando resistência à maioria dos antibióticos utilizados.
Em 8 de julho, o Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) identificou a presença da bactéria na unidade. Medidas de controle foram tomadas no dia 12, com corte de pacientes infectados e/ou colonizados, separação da equipe para otimização da assistência aos pacientes, treinamento e ajustes de processos de trabalho.
A UTI neonatal do Hmib tem 25 leitos destinados a recém-nascidos que demandam cuidados especiais. Dos 25 bebês internados, seis tiveram a bactéria detectada.
A bactéria apresenta risco maior para pacientes intubados, lotados em UTIs, com feridas abertas ou que façam uso de cateter. A Acinetobacter é resistente ao tratamento e pode sobreviver durante longos períodos.
De acordo com a Secretaria de Saúde, não foi registrado nenhum novo caso de infecção após a identificação inicial da bactéria. As pacientes recebidas na emergência do Hmib continuam sendo atendidas normalmente.
“O Hmib, referência em atendimento a bebês e grávidas de alto risco, restringiu a internação de gestantes cujo perfil caracterize necessidade de assistência na UTI Neonatal”, declarou a Secretaria de Saúde, em nota. “Entretanto, em casos onde apenas o Hmib é referência na rede, foi mantida a internação normalmente, como nos casos em que os recém-nascidos necessitam de assistência cirúrgica, imediatamente após o nascimento.”
Colaborou Caio Barbieri