“Situação é grave”, diz presidente da Adasa sobre crise hídrica
Descoberto deve chegar em abril com 50% da capacidade, segundo metas traçadas pela Agência. Mas governo evitará segundo dia de racionamento
atualizado
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A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) divulgou, nesta quinta-feira (7/12), as novas metas para o reservatório do Rio Descoberto, que abastece 60% da população do Distrito Federal. De janeiro a abril, a capacidade máxima não deve ultrapassar 50%.
Com incerteza sobre os índices pluviométricos no começo do ano, a curva fixada para janeiro é 15%. Mesmo assim, o governo evita o desgaste do segundo dia de racionamento. “Pesa para muita gente”, pontuou o presidente da Adasa, Paulo Salles, em coletiva à imprensa.Ele ressaltou, porém, que a situação ainda é considerada grave, mas garantiu que, se as metas forem cumpridas, nada muda para o brasiliense. No dia 20 de outubro, a Adasa autorizou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) ampliar o corte no abastecimento, mas, até agora, a medida não foi adotada.
“Não está descartado (o segundo dia de racionamento). Mas será evitado. A curva é uma previsão e uma meta para ser atingida. Para isso, é importante que a população contribua ainda mais. Estamos com 10%, a situação é grave. Essa é a hora de poupar”, disse Paulo Salles.
As metas para o reservatório de Santa Maria serão divulgadas na próxima semana. Atualmente, a interrupção é de 24 horas, feita alternadamente nas cidades. O DF vive, desde o começo de 2017, a pior crise hídrica de sua história.
Para se ter ideia do quanto o nível do reservatório está baixo, em março do ano passado, o Descoberto marcava 100% da capacidade. A situação era tão confortável que representantes da Caesb garantiram que Brasília não teria problemas de falta d’água. Menos de um ano depois, a situação ficou drástica para os brasilienses.
Metas para o Descoberto *
Janeiro — 15%
Fevereiro — 32%
Março — 43%
Abril — 50%
(*) 2018
O uso da água
Nesta tarde, a Adasa também apresentou dados do consumo médio mensal de água no DF, que tem caído desde 2014. O levantamento aponta que, até 2017, a indústria foi a mais gastadora: neste ano, cada unidade do setor foi responsável por utilizar 26,4 mil litros de água. Desde o início da série, a redução foi de 34%.
Cada residência gastou, em cada mês de 2017, 10,4 mil litros de água, em média. Há quatro anos, cada lar fez uso de 12,4 mil litros mensais, 16,3% a mais do que em 2017.
Os estabelecimentos comerciais, por outro lado, consumiram 11,3 mil litros do recurso num período de 30 dias – neste ano, o gasto foi 18,11% menor do que de 2014, de acordo com o levantamento agência.