Sinpro sobre ataque planejado no DF: “Escolas vulneráveis”
Entidades ligadas ao ensino público na capital se preocupam com descoberta de planejamento de massacre e pedem mais medidas de segurança
atualizado
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Entidades ligadas à educação pública no Distrito Federal receberam com espanto a notícia de que um massacre estava sendo planejado para ocorrer dentro de uma escola no Recanto das Emas. A investigação foi realizada nesta sexta-feira (21/5) pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, em parceria com a Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos.
Para Rosilene Correa, diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), a descoberta deste plano deve servir como um alerta. “Isso mostra o quanto as escolas estão vulneráveis e são alvo deste tipo de ação. Precisamos de medidas melhores de segurança nos colégios”, comenta.
Ela lembra que há um costume de deixar os portões abertos para que qualquer pessoa entre e que talvez seja necessário mudar essa visão. “Existem escolas que nem porteiro tem. É algo para ser revisto. Se houve essa ideia agora, não quer dizer que não possa ocorrer depois”, afirma.
Mesmo assim, ela elogia o trabalho da Polícia Civil do DF, que conseguiu localizar a ameaça. “Ainda bem que o trabalho de investigação em Brasília é muito competente. Sabemos, no entanto, que não dá para prever tudo, principalmente com o mundo na internet hoje em dia”, diz a diretora.
A Associação de Pais e Alunos do DF (Aspa-DF) também mostra preocupação com o caso. Conforme afirma o presidente da entidade, Alexandre Veloso, é necessário ter atenção para a volta às aulas na rede pública. “Vamos acompanhar o caso e ver o que é possível ser feito para evitar que se repita”, diz.
Segundo Alexandre, é importante que sejam divulgados mais detalhes, até para que a população possa entender os sinais que um filho possa dar de que está elaborando um massacre. “É algo que a gente precisa de um pronunciamento oficial das autoridades, pois acho que as pessoas vão dando mais importância ao assunto”
Procurada, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que aguarda os órgãos envolvidos informarem “os locais sob risco eventual”. “Muitas escolas adotaram ensino à distância, mas a PMDF mantém o patrulhamento preventivo ao redor das instalações”, disse em nota.
A Secretaria de Educação informou que não iria se manifestar.
O caso
Policiais Civis da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos, em parceria com a Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, deflagraram a Operação Shield e, nesta sexta-feira (21/5), ouviram uma pessoa suspeita de planejar um massacre em escola do Recanto das Emas, no Distrito Federal.
O Metrópoles apurou que, apesar do envolvimento da polícia norte-americana na investigação, o ataque não ocorreria em colégios internacionais, mas em um colégio público do DF no Recanto das Emas. O massacre aconteceria quando as aulas presenciais fossem retomadas.
O coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Alessandro Barreto, explicou que a participação da polícia americana por meio da Homeland Security Investigations, se deve a uma parceria entre os governos do Brasil e Estados Unidos (EUA). “Temos essa parceria vinculada à Embaixada dos EUA no Brasil. Estamos fazemos um trabalho preventivo de forma permanente para antecipar e neutralizar o planejamento de ataques como esse que ocorreria na escola de Brasília”, explicou.
A investigação conseguiu informações sobre indivíduos que teriam a intenção de cometer diversos crimes violentos. Segundo a PCDF, a tragédia causaria dezenas de vítimas na capital federal. O nome da escola alvo não foi divulgado pelos investigadores.
Nesta sexta, os policiais estão na rua e cumprem mandados de busca e apreensão a fim de encontrar mais suspeitos de terem planejado o ataque. O homem detido confessou a pretensão de realizar os crimes, mas, como não houve flagrante, ele foi liberado em seguida.
A Agência de Investigação de Segurança Interna (Homeland Security Investigations), a Coordenação do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Divisão de Inteligência Policial (DIPO) e a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos – (DRCC) também participaram do caso.