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Síndico culpa moradores por sumiço de computadores e documentos

De acordo com ele, a comissão que organizava a votação para escolher o novo gestor foi cercada e teve os documentos furtados

atualizado

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O atual síndico do condomínio Entre Lagos, no Paranoá, usou as redes sociais para se manifestar a respeito da grande confusão que ocorreu durante a assembleia que determinaria o novo gestor do maior condomínio horizontal do Distrito Federal. A reunião ocorreu na última quinta-feira (25/10). Na noite desse sábado (27), Adilson Barreto, que está na administração há 16 anos, divulgou quatro vídeos no Facebook.

Nas gravações, o síndico reconhece que computadores e documentos da administração desapareceram após ele anunciar que a reunião não poderia ser feita porque o Centro de Convenções Israel Pinheiro não comportava a grande quantidade de moradores. Adilson culpa um grupo de moradores que faz oposição ao seu mandato de “cercarem” a comissão organizadora da assembleia para pegar os arquivos.

“Já havíamos recebido ameaças impublicáveis. Foi até por isso que a PM compareceu ao local com bastante reforço. Fomos acuados, tomaram os nossos computadores e alegaram que levaram para a delegacia. Já registramos ocorrência na corregedoria da Polícia Civil para tentar localizar esses equipamentos, já que, em tese, foram apreendidos. Também registrei uma ocorrência de furto”, disse Barreto.

Sobre a suspensão das atividades na administração nesse sábado (27), o síndico afirmou que não tem condições de trabalhar sem os computadores e documentos. Também alertou que as entregas de correspondências poderão ser afetadas devido à falta de sistema. Em um dos vídeos, ele faz um apelo para que devolvam os notebooks.

Adilson Barreto também justificou que a assembleia é realizada a 12 km do Entre Lagos há anos e que o local costumava ser mais seguro para acolher os moradores. “Nessa semana compareceram cerca de 380 pessoas. Era inviável fazer uma assembleia dessa proporção em um lugar com capacidade para apenas 250. Os bombeiros também nos alertaram para a obrigatoriedade de ser ter dois brigadistas. Como as reuniões costumavam ter, no máximo, 200 pessoas, não estávamos preparados”, defendeu.

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Moradores alegam que documentos desapareceram
Alguns moradores chegaram a ser barrados na entrada da assembleia
Na manhã de sábado (27/10) a administração ficou fechada
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Polícia Militar foi chamada durante a assembleia que ocorreu na última quinta-feira

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Moradores alegam que documentos desapareceram

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Alguns moradores chegaram a ser barrados na entrada da assembleia

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Na manhã de sábado (27/10) a administração ficou fechada

A confusão na assembleia realizada no Lago Sul foi registrada por um morador. Confira:

O outro lado
Uma outra ocorrência foi registrada na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Segundo o boletim, o presidente da comissão eleitoral, Jerônimo da Rocha, barrou a entrada de alguns moradores alegando que o local não tinha espaço para comportá-los. A reunião, então, ocorreu do lado de fora do Centro de Convenções Israel Pinheiro, no Lago Sul.

Em um determinado momento, segundo o relato dos moradores à polícia, o atual síndico tentou fugir com documentos e foi impedido. Devido à confusão, documentos importantes teriam desaparecido, como a ata de presença.

Nesse sábado (27), a administração amanheceu fechada. Com isso, os moradores estão impossibilitados de pegar encomendas e de ter acesso aos registros de prestação de contas e aos contratos. Agora, eles tentam reunir 600 assinaturas para destituir o síndico. O Metrópoles tentou localizar o síndico por meio do telefone celular e de mensagens, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem. Jerônimo da Rocha também não foi localizado.

Associação criminosa
Em agosto deste ano, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu funcionários do condomínio durante a investigação sobre uma associação criminosa suspeita de vender imóveis de terceiros como se fossem próprios no Entre Lagos. O grupo usava uma farmácia no Itapoã como espécie de quartel-general do crime. O estabelecimento pertence ao homem apontado como chefe do esquema, que movimentou entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, segundo a PCDF.

O grupo foi desarticulado pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá). Uma corretora e um funcionário de cartório do Plano Piloto, que não tiveram os nomes divulgados, foram alvos da corporação. As investigações duraram cerca de quatro meses. Segundo a PCDF, os suspeitos falsificavam contratos e os nomes dos titulares de imóveis localizados no condomínio. Depois, revendiam essas unidades para pessoas de boa-fé.

De acordo com o delegado-cartorário da 6ª DP, Ulysses Luz, o grupo cobrava entre R$ 60 mil e R$ 70 em cada imóvel. O investigador confirmou que o homem apontado como líder da quadrilha, composta por, pelo menos, cinco integrantes, estava foragido e foi preso no município de Governador Eugênio Barros, no Maranhão.

Renilson Oliveira Torres, 39 anos, era empresário do ramo farmacêutico e teria arquitetado todo o esquema fraudulento. O delegado disse que o local escolhido como “quartel-general da quadrilha” era uma farmácia de Renilson no Itapoã. No local, policiais encontraram documentos e contratos que comprovaram a prática ilícita.

Além de Renilson, está preso Rodrigo Pereira da Silva, que trabalhava no condomínio. Outro homem apontado como integrante do grupo criminoso, Arquisio Bittes Leão, segue foragido. De acordo com o delegado, Arquisio auxiliava o líder na adulteração dos documentos.

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