Sindicato denuncia situação precária no Hmib: “Ambiente insalubre”
SindEnfermeiro constatou que condições do Hmib colocam em risco vidas de pacientes e servidores, devido à falta de insumos e ar-condicionado
atualizado
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A Diretoria do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) constatou diversas irregularidades no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) durante vistoria à unidade de saúde, nessa quarta-feira (22/11), e classificou o ambiente como “insalubre”.
Na visita, os fiscais verificaram que o hospital está com o ar-condicionado central do bloco materno infantil em manutenção. Além disso, a situação precária em que se encontra o hospital, segundo a entidade, coloca em risco a vida de pacientes e servidores.
No início desta semana, o Metrópoles noticiou que médicos, enfermeiros e pacientes passavam mal em razão do calor em algumas áreas do hospital. Diretora do SindEnfermeiro-DF, Úrsula Batista afirma que o sindicato havia recebido uma denúncia sobre superaquecimento no Centro Obstétrico e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hmib.
Depois, ao visitarem a unidade de saúde, constataram mais irregularidades. “O ambiente está insalubre”, destacou Úrsula. No centro obstétrico, além do problema com a falta de ar- condicionado, foi necessário abrir um espaço improvisado, com berços aquecidos, para manter vivos os bebês que esperam por vaga na UTI neonatal.
A parte de energia de todo o hospital também é considerada precária; além disso, as paredes do hospital apresentam mofo, e os banheiros estão com azulejos quebrados. “Houve, inclusive, acidentes de trabalho no hospital, na semana passada, em decorrência da precarização da rede elétrica do hospital”, comentou a diretora Nayara Jéssica.
Confira:
Fora os problemas na estrutura do Hmib, faltam insumos e medicamentos, como luvas cirúrgicas, algodão e o remédio ibuprofeno — analgésico e anti-inflamatório indicado para alívio de dores e febre.
“O hospital está sem algodão, as puérperas [mães no período pós-parto] que estão no alojamento conjunto não têm sulfato ferroso nem ibuprofeno. E estamos com um problema muito grave, que é a falta de luvas cirúrgicas. Isso gera uma série de complicações pelo risco de infecção hospitalar”, alertou Úrsula.
A diretoria do sindicato constatou que o risco de infecção hospitalar se prolifera ainda na UTI neonatal, onde há 15 bebês infectados pela bactéria serratia e iminência de mais contaminações.
“É muito grave, a situação. O sindicato vai cobrar providências da gestão da Secretaria de Saúde. Também estivemos em contato com o pessoal da direção do hospital para tratar desse assunto e exigir que seja resolvida o mais rapidamente possível essa questão, principalmente a do ar-condicionado central”, enfatizou Nayara Jéssica.
Soluções
Procurada pela reportagem do Metrópoles, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que a empresa de manutenção do ar-condicionado central do Hmib vai entregar um novo motor para o equipamento. “Salientamos que todas as providências têm sido tomadas para que a situação seja resolvida o quanto antes”, comunicou.
A pasta acrescentou que a unidade de saúde passa por revitalizações em diversas áreas, como centro obstétrico e banheiros. “As salas de pré-parto e pós-parto, triagem e consultórios passaram por reorganização e tiveram os espaços ampliados. E a manutenção predial tem sido realizada para sanar problemas como paredes mofadas e infiltrações”, detalhou em nota.
A secretaria também afirmou que toda a rede elétrica passou por verificação e, caso haja algum problema pontual, será resolvido o mais rápido possível. “E, em relação à falta de luvas cirúrgicas, algodão e medicamento ibuprofeno, a pasta esclarece que não procede, uma vez que todos esses itens estão com estoque regular na rede”, concluiu.