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Sindicato denuncia demissão de professor por cobrar máscara em escola

Em ofício ao grupo de trabalho do MPT que trata da volta às aulas presenciais na rede pública de ensino, Sinproep pediu investigação do caso

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Estudante usando máscara em sala de aula de escola particular do DF
1 de 1 Estudante usando máscara em sala de aula de escola particular do DF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do DF (Sinproep) denunciou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) possível demissão de um professor da capital do país devido ao fato de o docente ter cobrado o uso de máscaras em instituição de ensino. De acordo com a entidade, o professor do Colégio Adventista de Planaltina teria sofrido represália e perseguição por pedir aos colegas que usassem equipamentos de proteção individual (EPIs) contra a Covid-19 durante as aulas presenciais.

No ofício, endereçado à coordenadora do Grupo de Trabalho do MPT formado para tratar assuntos sobre o retorno das aulas presenciais na rede privada de ensino, Carolina Pereira Mercante, o Sinproep denuncia a demissão – que teria sido supostamente embasada no fato de o docente ter cobrado “da instituição de ensino melhores condições de trabalho, no que diz respeito ao cumprimento dos protocolos sanitários exigidos para as aulas presencias durante a pandemia da Covid-19”.

Ainda no ofício, o Sinproep diz entender que “uma demissão como esta configura claro assédio moral no ambiente de trabalho, não só contra o professor demitido, bem como contra os demais professores da instituição de ensino”.

Conversas e pedido de sigilo

Integrantes do Sinproep foram até a escola e conversaram com alunos e professores. Conforme o apurado pela entidade, o docente trabalhava na instituição há quase 11 anos, foi coordenador e vice-diretor.

“Foi nessa escola que identificamos alguns casos de Covid. Uma professora morreu. Negociamos para que ficassem uma semana sem aula. Quando voltaram, o professor cobrou as máscaras, e a demissão dele foi denunciada ao sindicato”, afirmou o diretor jurídico do Sinproep, Rodrigo de Paula.

Segundo o sindicalista, os colegas do professor contaram a situação ao Sinproep, mas pediram anonimato, pois têm medo de serem demitidos também. A diretoria da escola negou à entidade que o desligamento tenha sido realizado por esse motivo. Porém, até alunos do educador fizeram um vídeo em homenagem ao docente pedindo o retorno dele. O Metrópoles optou por não publicar a gravação para não expor os adolescentes e o nome do professor.

No fim de março, a professora do ensino fundamental I do Adventista Marilene Alves Lustosa, que estava com Covid-19 e continuava trabalhando, morreu em decorrência da doença. Houve um acordo com o Sinproep de que todas as medidas sanitárias fossem tomadas para evitar outros casos. No entanto, a nova denúncia revoltou a entidade, que pede ao MPT para apurar a situação.

O documento que solicita a investigação da dispensa do docente foi entregue ao MPT nessa quarta-feira (28/4). A promotora ainda vai analisar se aceita ou não o pedido para apurar o caso.

O Metrópoles entrou em contato com a escola por meio do telefone PABX da instituição de ensino. A secretária informou o contato de um assessor de imprensa, mas o número estava errado. Em todas as demais tentativas, a funcionária não soube informar o número do profissional que poderia prestar esclarecimentos à reportagem. O espaço permanece aberto a manifestações.

O uso de máscara, obrigatório no DF, é um instrumento adotado em todo o mundo para a prevenção da Covid-19.

Após a publicação da reportagem, a assessoria de imprensa da escola entrou em contato com o Metrópoles e afirmou que: “não procedem as alegações do sindicato, vez que a demissão do funcionário foi decisão meramente administrativa e não se relaciona com qualquer reivindicação do mesmo por melhores condições sanitárias ou de trabalho, haja vista que o colégio segue precisamente as orientações e regras dadas pelos órgãos de saúde do Distrito Federal”, alegou.

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