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Sindicato de policiais penais sobre fuga na Papuda: “Presídio medieval”

Após seguidos episódios de presos fugitivos, entidade defendeu a demolição do complexo penitenciário construído nos anos 1970

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Complexo Penitenciário da Papuda
1 de 1 Complexo Penitenciário da Papuda - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A fuga de 17 detentos do Centro de Detenção Provisória (CDP), na madrugada desta quarta-feira (14/10), expôs a fragilidade na segurança do Complexo Penitenciário da Papuda. “Não é a primeira nem será a última vez”, afirma Paulo Rogério, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Distrito Federal (Sindpen).

Em janeiro deste ano, três internos do mesmo Bloco C do CDP haviam fugido e, em maio, houve nova tentativa de fuga, mas sem sucesso.

Ao Metrópoles, Paulo Rogério disse que, se não for tomada alguma providência, vão morrer policiais e detentos. “O espaço está em ruínas, deteriorando-se sozinho, não compensa reformar, tem de demolir. É um presídio medieval, construído na década de 1970. É uma estrutura ultrapassada”, critica.

Segurança

Além da estrutura precária, outro ponto questionado pelo sindicado é a falta de profissionais. “Atualmente, é um policial para cada 107 presos. A lei recomenda um para cada cinco. Falta efetivo. Estamos trabalhando com metade”, lamenta Paulo Rogério.

Ainda segundo o sindicato, o Complexo Penitenciário da Papuda foi projetado para abrigar 750 presos. Hoje, comporta quase quatro vezes mais: 3.097.

A reportagem procurou a Secretaria de Estado e Administração Penitenciária (Seape), para saber das denúncias do sindicato. Até o momento, não foi obtido retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Perigo à sociedade

Dos 17 homens que fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP), pelo menos um é considerado com “grau de periculosidade nível 3”. Os presos conseguiram escapar através de um buraco aberto no teto de uma das celas, onde estavam todos os foragidos. Até as 15h30, seis internos haviam sido recapturados.

O Metrópoles apurou que o preso considerado mais perigoso é Rodrigo de Souza Santos, 21 anos. Os detentos com a classificação de periculosidade nível 3 são envolvidos com crimes de maior grau de organização ou sofisticação, em especial aqueles ligados a quadrilhas de extermínio, roubo e furto de veículos, assalto a bancos e a transportadora de valores, extorsão mediante sequestro e tráfico de entorpecentes.

Internos apontados com esse grau de periculosidade também são vistos como presos que têm intenção de fuga. As equipes da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DPOE), policiais penais e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) estão nas ruas em busca dos fugitivos.

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Centro de Detenção Provisória, na Papuda

Gabriel Jabur/Agência Brasília
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“Todas as providências necessárias estão sendo tomadas tanto para a recaptura dos foragidos como para apuração das circunstâncias em que ocorreu a fuga”, afirmou o secretário de Administração Penitenciária do DF, delegado Agnaldo Curado.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape) para comentar as denúncias do sindicato, mas, até o momento, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

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