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Simples, extrovertido e fã de metal. Amigos descrevem Arlon Fernando

Conhecidos do doutorando em física pela Universidade de Brasília (UnB) lamentaram a morte precoce do pesquisador, vítima de latrocínio

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A portaria do Edifício Mont Blanc, no Sudoeste, onde morava Arlon Fernando da Silva, 29 anos, ficou movimentada nesta sexta-feira (8/12). Inconformados com o crime, amigos do doutorando em física pela Universidade de Brasília (UnB), assassinado na noite de quinta-feira (7), entre a Câmara Legislativa e o Palácio do Buriti, foram ao local colaborar com as investigações.

Sem família na capital, Arlon, natural de Rio Branco do Sul (PR), era cercado por boas amizades. Segundo pessoas próximas ao físico, ele era extrovertido, mas pouco comentava sobre a família. Gatos, bandas de heavy-metal, conversas sobre economia e bicicleta estavam entre seus assuntos frequentes.

“Eu o conhecia há três anos e meio. Ele só estava tentando seguir a vida e terminar o doutorado. Era um ótimo cientista, um dos melhores que já conheci”, afirma Ítalo Sanglard, que compartilha a mesma profissão do amigo. Irmão de Ítalo, Isaac Sanglard também guardava boas lembranças de Arlon. “Era uma boa pessoa”, disse.

Especialista em nanopartículas e cientista de materiais, Arlon Fernando viajou com Ítalo é Isaac para assistir ao show de uma de suas bandas favoritas, o grupo de metal industrial alemão Rammstein. A banda se apresentou em São Paulo, em setembro de 2016, e era uma das preferidas de Arlon.

O Rammstein, inclusive, é citado na dissertação de mestrado que fez pela UnB, assim como Behemoth e Black Sabbath, de diferentes gêneros do heavy-metal. “Fomos juntos ao show em São Paulo”, recordou Ítalo antes de cair em lágrimas.

Nas redes sociais e na Universidade de Brasília, o paranaense também recebeu homenagens. “Infelizmente, seu tempo de aproveitar a vida foi tirado por algo tão irrelevante e de forma tão brutal”, lamenta a amiga Maria Isabel Dranka. “Sempre disposto a ajudar”, descreveu o seu orientador de doutorado, Jorlândio Francisco Félix.

Homenagens a Arlon Fernando da Silva no Facebook

O pouco contato com a família, que vive no Paraná, ocorria também pela falta de recursos para o físico ir visitá-los. O dinheiro como bolsista da UnB, cerca de R$ 2,2 mil, complicava as viagens para a cidade onde nasceu. Arlon locomovia-se de bicicleta pela cidade e levava uma vida simples, segundo os amigos. “Não tinha vida de luxo, era bolsista, como eu”, reforça o amigo Ítalo Sanglard.

A vida simples foi destacada na nota divulgada pela UnB, lembrando que Arlon nasceu em “família humilde no Paraná” e abraçou com total dedicação a pesquisa em física (veja nota da UnB no fim da reportagem).

Editoria de Arte/Metrópoles

O crime
Por volta das 20h de quinta-feira (7/12), o doutorando em física da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, seguia de bicicleta pela ciclovia do Eixo Monumental, quando foi abordado por um bandido.

O suspeito, segundo informações de policiais, tentou levar a bicicleta e, em seguida, esfaqueou o ciclista. Necropsia do Instituto Médico Legal (IML) indica que, pelas características dos ferimentos, Arlon reagiu à ação do criminoso.

O latrocínio ocorreu em um ponto escuro da ciclovia, bem diante da Câmara Legislativa. Do outro lado do Eixo Monumental, fica o Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal. O bandido fugiu do local com a bicicleta da vítima. O modelo mountain bike GT Avalanche Elite, usado pelo estudante, custa de R$ 1 mil a R$ 4 mil.

Câmeras de vigilância instaladas no perímetro da Câmara Legislativa flagraram o desfecho do latrocínio que tirou a vida do estudante, e as imagens podem colaborar com as investigações, a cargo da 5ª Delegacia de Polícia (área central).

Veja a nota de pesar da UnB

A direção, bem como todo o corpo discente, docente e técnico do Instituto de Física (IF) da Universidade de Brasília, lamenta profundamente o falecimento do estimado aluno de doutorado Arlon Fernando da Silva, vítima da violência urbana na noite desta quinta-feira, 7 de dezembro de 2017.

Arlon era um dos melhores alunos do Instituto, de acordo com seu orientador de doutorado, o docente Jorlândio Francisco Félix. Nascido em uma família humilde no estado do Paraná, o estudante abraçou com total dedicação a pesquisa em Física.

Recentemente, o orientador de Arlon apresentou, em evento na Inglaterra, resultados de um trabalho realizado pelo estudante. A pesquisa, que possibilita o desenvolvimento de sensores de radiação gama e de dispositivos eletrônicos, foi bem recebida pela comunidade científica e pode ser patenteada.

O professor considera a morte de Arlon como “grande perda para o Instituto de Física da UnB e para o Brasil”. Professores e alunos pretendem render homenagens ao pesquisador na abertura das aulas do próximo semestre.”

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