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Silicone e lipoaspiração. Veja antes e depois de golpista que não pagou por cirurgias plásticas

Duas fotos, em épocas distintas da vida de Joyce Elaine Ferreira, 35 anos, mostram mudanças estéticas conquistadas na mesa de cirurgia

atualizado

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1 de 1 mulher - Foto: Reprodução

Audaciosa e envolvente, uma estelionatária investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conseguiu refletir, no próprio corpo, os golpes aplicados contra uma clínica especializada em cirurgia plástica. Com lábia afiada para enredar as vítimas, Joyce Elaine Ferreira de Queiróz Dias, 35 anos, (foto em destaque), conseguiu fazer uma série de procedimentos estéticos avaliados em R$ 40 mil e jamais pagou.

A falsária procurou a clínica, na Asa Sul, em dezembro de 2019, para realizar duas cirurgias envolvendo redução de mamas e aplicação de prótese em silicone, além de uma lipoaspiração. Com a condição de não revelar o nome do estabelecimento, a administradora da clínica contou detalhes sobre o golpe, registrado na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

Segundo a gestora, Joyce foi até ao local, agendou os procedimentos, realizou todos os exames e disse que o “namorado” pagaria as operações com quatro cheques, sendo o primeiro de R$ 23 mil. “Ela entregou todos os cheques que estavam no nome do suposto companheiro, mas outro homem se passando pelo dono dos cheques foi até a clínica e assinou. Só percebemos o golpe depois que ela tinha feito as cirurgias, e nunca mais efetuou os pagamentos”, lamentou.

Mais procedimentos

Duas fotos, em épocas distintas da vida da golpista, mostram mudanças estéticas, inclusive no rosto, provavelmente conquistadas na mesa de cirurgia. Joyce teria aplicado outros golpes em clínicas para conseguir passar por procedimentos operatórios sem realizar os pagamentos.

No último domingo (29/8), o Metrópoles publicou reportagem revelando que a golpista é investigada em várias denúncias de estelionato. A vítima mais recente dela, uma empresa do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), sofreu golpe que ultrapassa R$ 100 mil, em junho deste ano.

Entre golpes por meio de cheques com divergência de assinatura e venda de equipamentos que não foram entregues, até a própria irmã da investigada foi lesada pela golpista.

A irmã de Joyce procurou a PCDF em abril, denunciando que, há três anos, a estelionatária pediu para acompanhá-la em alguns lugares. Também solicitou documentos pessoais da familiar. Por desconhecimento, a vítima assinou papéis sem saber do que se tratava.

Pouco tempo depois, duas correspondências de uma instituição financeira chegaram para a mulher, cobrando uma parcela vencida no valor de R$ 68 mil. Logo desconfiou da irmã, já que desconhecia tal contrato e nunca recebeu nenhum valor ou bem referente à operação cobrada.

Condenação

Recentemente, a Justiça do DF condenou Joyce por denunciar falsamente um idoso por injúria e ameaça. Tudo começou quando o homem anunciou a venda de uma casa no Condomínio Império dos Nobres, em Sobradinho. A acusada mostrou-se interessada pelo imóvel.

Em seguida, ambos fecharam o negócio. Após a assinatura da escritura de posse, entretanto, a estelionatária passou a agredir o vendedor verbalmente pelo WhatsApp e não realizou o pagamento acordado. Diante disso, a vítima fez o distrato da negociação.

A falsária, contudo, não compareceu ao cartório. Mas foi a um posto do Na Hora para efetuar a transferência do bem para o nome dela. Por isso, o idoso registrou ocorrência contra a mulher e entrou com duas ações judiciais visando à devolução da casa.

Em retaliação, a golpista denunciou o homem à Delegacia da Mulher. Inventou que tinha um relacionamento amoroso com o homem e o acusou de injúria e ameaça.

Após o julgamento, no início deste ano, a Justiça determinou a pena, em regime semiaberto, de 3 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão, além de multa.

“Incabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, tendo em vista tratar-se de ré reincidente. Da mesma forma, incabível a suspensão condicional da pena”, descreve a sentença.

Penhora de bens

Em 21 de agosto de 2021, o 1º Juizado Especial Cível e Criminal de Sobradinho determinou a penhora de bens de Joyce, inclusive com reforço policial e autorização para arrombamento, em razão de um processo aberto por uma empresa de idiomas que forneceu serviços educacionais aos filhos da acusada e não recebeu o valor estabelecido em contrato. A empresa pede R$ 5.983 a título de dano material.

A PCDF informou que qualquer pessoa que tenha notícias sobre o paradeiro da golpista ou denúncias sobre novos crimes praticados por ela, deve procurar a corporação por meio do telefone 197 ou da delegacia eletrônica. O anonimato é garantido.

Apesar das investigações e da condenação, Joyce encontra-se em liberdade. O Metrópoles não localizou a defesa da suspeita. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

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