Seu bolso: 15 produtos que mais aumentaram no DF em 2018
Leite longa vida lidera a lista dos vilões do orçamento doméstico. Especialista diz que a alta é reflexo da greve dos caminhoneiros
atualizado
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Apesar de a inflação acumulada no Distrito Federal ter ficado em 2,54% no período de janeiro a julho de 2018, alguns itens pesaram muito mais no bolso do consumidor, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Metrópoles listou os 15 produtos e serviços que tiveram os maiores aumentos este ano. O destaque fica para o leite longa vida, que subiu 38,8%.
No ranking dos mais caros do DF, 11 estão incluídos no gênero alimentício. São itens presentes na casa dos brasilenses e que causam impacto no orçamento. Entres os vilões, estão a cebola (37,7%), a farinha de mandioca (21,12%) e os laticínios (20,38%). As frutas, no geral, tiveram aumento de 10%.
O encarecimento dos produtos fez com que muitas pessoas mudassem o comportamento na hora das compras. A professora Marta Pacheco, 57 anos, por exemplo, está adotando novas estratégias para não gastar tanto na conta de supermercado. Ela revela ter reduzido a quantidade de leite. “Comida não dá para tirar muito. Compramos as frutas que estão com preço melhor ou quando tem promoção”, disse.
A massoterapeuta Antônia Nascimento, 50, também sentiu a diferença no bolso. “Precisei diminuir tudo porque pesou muito. Às vezes, nem levo frutas”, comentou.
Doutor em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB), o professor Bruno Fernandes explica que a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, teve grande influência no aumento dos preços. Segundo ele, os alimentos são os que apresentaram a maior alta porque são perecíveis e não podem ser estocados por muito tempo.
“Os reflexos ainda estão sendo sentidos. Muitos pecuaristas perderam milhares de litros de leite, por exemplo. Os estoques baixaram nas agroindústrias e, consequentemente, o preço aumentou para o consumidor”, disse o especialista.
Outro fator foi o aumento no valor dos combustíveis e do frete.“Isso impactou diretamente a alimentação básica em geral. Boa parte da alta foi pelos custos de logística trazidos por causa da paralisação”, explicou Fernandes.
Segundo o professor, a tendência é que o mercado se adeque à nova realidade. “Não tem como prever quanto tempo levará esse ajuste. É um ano complicado porque não se sabe se o próximo presidente vai manter o tabelamento do frete. Temos que esperar esse cenário para ver o que acontece”, comentou.
Fique atento:
Lista de compras
Saber o que precisa em casa é fundamental antes de ir ao supermercado. Uma lista de compras feita à mão faz com que o comprador separe um tempo para pensar nas suas necessidades e ajuda a manter o foco na hora de comprar.
Periodicidade
Com a inflação estável, não é preciso estocar alimentos em casa. Mas alguns produtos, como os de limpeza, podem ser comprados em maior quantidade, mensalmente. Carnes e grãos, quinzenalmente. Já alimentos frescos, como legumes e verduras, semanalmente.
- 1 mês – produtos que podem ser estocados
- 15 dias – carnes e grãos
- 1 semana – hortifrutigranjeiros
Tempo
É preciso separar um tempo para ir às compras e pensar antes de colocar os produtos no carrinho. A pressa pode resultar em compras por impulso, o que traz prejuízo ao bolso.
Autoconhecimento
Para fazer boas compras, é fundamental conhecer seus hábitos de consumo. “Por que estou comprando tal coisa?” é uma pergunta que precisa ser feita. Entender sobre educação financeira é um bom caminho para quem quer gastar de forma inteligente.