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Servidores liberavam 5 ônibus por dia para circular sem vistoria no DF

Em troca, recebiam propina em dinheiro ou ganhavam carros de cooperativas. Operação do MP e da PCDF prendeu 10 pessoas nesta sexta (1º/9)

atualizado

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operação check list
1 de 1 operação check list - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Nas 54 vistorias realizadas por dia pela equipe da Subsecretaria de Fiscalização, Auditoria e Controle (Sufisa), vinculada à Secretaria de Mobilidade, cinco não seguiam os trâmites legais. Nelas, servidores da pasta faziam vista grossa em troca de propina, permitindo que ônibus do sistema coletivo de transporte pudessem circular pelo Distrito Federal mesmo sem ter condições, colocando em risco a vida de passageiros.

O esquema criminoso envolvia pelo menos quatro funcionários do GDF, presidentes, diretores e até motoristas de cooperativas, entre elas a Coopertran, Cootarde e Cootransp. Em contrapartida, recebiam dinheiro e até carros. A suspeita é de que o grupo agia no DF há pelo menos três anos. Dependendo do tipo de irregularidade detectada, o preço da propina variava entre R$ 400 e R$ 800, segundo as investigações.

A organização criminosa foi desarticulada nesta sexta-feira (1º/9), em operação conjunta do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e da Polícia Civil. Dos 14 mandados de prisão temporária expedidos, 10 foram cumpridos, além de 16 de busca e apreensão e duas conduções coercitivas (quando as pessoas são levadas para depor).

Segundo as investigações, os servidores pediam propina para liberar o Selo de Vistoria, que autorizava os veículos a rodar. O documento indicava que o ônibus estava com pneus, óleo, freios, catracas e motor em boas condições.

Vistorias suspensas
Durante a operação, batizada de Check List, foram apreendidas duas armas de fogo, um carro, R$ 10,7 mil em dinheiro e um cofre, que ainda não foi aberto pela polícia. Após a ação, a Secretaria de Mobilidade anunciou a suspensão de todas as vistorias em ônibus previstas para esta sexta.

Um dos alvos é o ex-policial militar do DF Valdir Luiz de França, conhecido como Valdizão (foto em destaque). De acordo com o delegado, ele seria responsável por uma cooperativa e pagava propina para poder circular. Os servidores suspeitos são William Ney Rosa da Silva, Carlos Pereira Rosa, Edson Souza de Oliveira e Williams Fonseca da Cunha.

Outros alvos da operação foram o diretor da Coopertran, Marcus Vinicius Lobo, e o motorista Weber de Jesus. Da Cootransp, os acusados de participar do esquema são o encarregado de manutenção Marcos José Alves Pinto e os operadores Francisco Gomes e Marcos Teixeira. O despachante da Cootarde José Almir está foragido.

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A operação foi batizada de Check List
Quatorze pessoas tiveram a prisão temporária decretada
Valdizão foi denunciado na Máfia dos Concursos, em 2005
Agentes da Corf  nas ruas na sexta-feira (1º/9)
Além das prisões, duas pessoas foram levadas  à delegacia para depor
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Agentes da Corf cumpriram 16 mandados de busca e apreensão

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A operação foi batizada de Check List

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Quatorze pessoas tiveram a prisão temporária decretada

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Valdizão foi denunciado na Máfia dos Concursos, em 2005

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Agentes da Corf nas ruas na sexta-feira (1º/9)

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Além das prisões, duas pessoas foram levadas à delegacia para depor

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Valdir Luiz de França, o Valdizão, é um velho conhecido de políticos do DF pela sua atuação como cabo eleitoral

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Os mandados foram cumpridos em Vicente Pires, Recanto das Emas, Ceilândia, Taguatinga, Gama, Park Way, Paranoá e Planaltina. A operação foi batizada de Check List e foi coordenada pela 2ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público (Prodep).

Cabo eleitoral
Valdizão é um velho conhecido de políticos do DF pela sua atuação como cabo eleitoral, sempre marcada por confusões, nas campanhas de Joaquim Roriz, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz.

Em 2005, foi denunciado à Justiça por participar da Máfia dos Concursos. Seria encarregado de recrutar candidatos interessados em receber os resultados das provas. Negou fazer parte grupo, mas assumiu ter passado em um concurso após receber informações privilegiadas. Porém, garantiu que não pagou por isso.

A Secretaria de Mobilidade informou, em nota, que encaminhou a denúncia sobre eventuais irregularidades no procedimento de vistoria, à Polícia Civil para apuração e que tem atuado tem atuado no sentido de moralizar e combater todo e qualquer tipo de ilegalidade no sistema de transporte.

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