Servidores não se intimidam com corte de ponto e mantêm greve
Em assembleias na manhã desta terça-feira (13/10), funcionários públicos da Saúde e agentes penitenciários decidiram não voltar ao trabalho
atualizado
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A decisão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de cortar o ponto não intimidou os servidores grevistas. Os funcionários públicos da Saúde e do Sistema Penitenciário do DF decidiram manter a paralisação, em assembleias realizadas nesta terça-feira (13/10), mesmo depois de a Justiça decretar a ilegalidade dos movimentos.
“Queremos que o governo negocie. Ele precisa nos dar uma data, uma previsão. É lei”, disse a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, que representa cerca de 23 mil trabalhadores na área. Os médicos, que ainda não foram notificados da decisão da Justiça, fazem assembleia à noite, mas o comando da categoria antecipa que a tendência é que seja mantida a paralisação.Os 1,2 mil agentes de atividades penitenciárias também votaram por permanecer parados. “Obedecemos decisão judicial e paramos a greve na sexta-feira. Voltamos ao trabalho no sábado, domingo e segunda. Hoje (terça), fizemos nova assembleia com nova pauta. Votamos pela greve geral”, disse o presidente do Sindipen, Leandro Allan.
O presidente da entidade não considera os aumentos salariais uma pauta, “tendo em vista que é lei aprovada”. Agora, a categoria quer a abertura de duas mil novas vagas. “Hoje temos 15 mil presos. Em 2020, serão 24 mil. Precisamos de efetivo”, justifica.
Ilegalidade
O Governo do DF anunciou que será cortado o ponto dos servidores que tiverem a paralisação decretada ilegal pela Justiça. Até agora, a Procuradoria-Geral do DF conseguiu decisão favorável em três movimentos: Saúde, agentes penitenciários e agentes socioeducativos.
Também estão em greve, segundo o próprio GDF, servidores do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Instituto Médico Legal (IML), Na Hora, da Fundação Hemocentro de Brasília, Defensoria Pública do DF, Fundação Jardim Zoológico de Brasília, dos administrativos do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da Vigilância Sanitária.
Os servidores cobram o reajuste salarial concedido na gestão do petista Agnelo Queiroz. O reajuste, segundo o GDF, representa um acréscimo de R$ 150 milhões por mês à folha de pagamento.
A possibilidade de corte de ponto também não assustou os professores da rede pública, que cruzam os braços a partir desta quinta-feira (15). “É uma greve pelo cumprimento de uma lei e o governo aciona a Justiça para decretá-la ilegal. É no mínimo contraditório. Os professores mantêm o movimento”, afirma Rosilene Corrêa, diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro).