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Servidores do DF sobem o tom após Rollemberg negar reajuste

Algumas categorias falam até em pedir o impeachment do governador e ameaçam greve geral a partir do dia 26

atualizado

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1 de 1 servidores - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoels

Após o anúncio oficial do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de que não vai pagar a última parcela do reajuste para os servidores locais este ano, representantes das 32 categorias que têm direito à correção subiram o tom das críticas contra o chefe do Executivo e fazem, na tarde desta sexta-feira (14/10), uma manifestação na Praça do Buriti. Os funcionários do GDF têm assembleia marcada para o dia 26 de outubro e podem deflagrar uma greve geral. Algumas categorias falam até em pedir o impeachment de Rollemberg.

O tom mais crítico partiu da presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do DF (SindSaúde), Marli Rodrigues. Segundo ela, a categoria lutará pela saída de Rollemberg. “O povo não aguenta mais tanta incompetência. Ele (Rollemberg) enganou os servidores. Não tem mais como se manter na cadeira de chefe do Executivo”.

Na tarde desta sexta, enquanto os servidores se concentram na Praça do Buriti, representantes do GDF tiveram uma reunião com sindicalistas para explicar o motivo de o governo não dar o reajuste este ano. Durante o encontro, o secretário de Fazenda do DF, João Fleury, afirmou que o Executivo local ainda tem uma dívida de R$ 900 milhões, mesmo com o aumento na arrecadação.

Ainda segundo o titular da pasta, o pagamento da folha salarial representa 77% da receita do governo. “Caso o reajuste fosse implementado essa porcentagem passaria para 82%, equivalente a R$ 1,5 bilhão a mais no próximo ano. Não há condições para isso”, alegou.

Após a reunião, os representantes dos sindicatos não ficaram convencidos e prometem ações enérgicas nas próximas semanas. O presidente do Sindireta, Ibrahim Yusef, se sentiu indignado com a reunião. “O governo se mostrou novamente contra o diálogo ao anunciar o não pagamento aos jornalistas antes dos servidores. Eles ainda fazem terrorismo ao dizer que não pagarão os salários caso dêem o reajuste”, afirmou.

O Sindireta representa 17 categorias e aproximadamente 45 mil servidores de diversas áreas. Segundo Yusef, uma assembleia será realizada na terça-feira (18) para decidir o encaminhamento da greve das categorias, que deve começar na última semana de outubro. “Temos que tomar todas as providências para que as paralisações atendam as exigências legais”.

Os técnicos e auxiliares de enfermagem, representados pelo Sindate, já terão paralisação na segunda-feira (17) quando ocorrerá assembleia do grupo. O encontro deve ratificar a greve prevista para começar no dia 24 de outubro.

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Na manhã desta sexta, Rollemberg reuniu a imprensa para anunciar que não tem previsão para conceder o reajuste aos servidores. Os principais motivos alegados são: perda de repasses federais na ordem de R$ 1 bilhão e o teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal com despesas para pagamento de pessoal, que está em 47,49%, acima do limite prudencial. Pelas contas de Rollemberg, se concedesse o reajuste, esse percentual passaria para 49,37%.

Se dermos o aumento, no primeiro mês, teremos que escalonar os pagamentos (dos servidores). Não vou ficar conhecido como o governador que quebrou Brasília. Vamos agir com toda responsabilidade para garantir o equilíbrio das contas públicas. O que estamos fazendo é por absoluta responsabilidade

Rodrigo Rollemberg, governador do DF

A diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Rosilene Corrêa, afirmou que, mais uma vez, o governo errou a fórmula ao tratar do assunto em uma coletiva. “Antes de conversar com as categorias, ele (Rollemberg) chamou uma coletiva de imprensa. Não é a primeira vez que isso acontece. Isso tem se tornado uma prática, o anúncio em detrimento dos representantes das categorias”, afirmou.

Segundo ela, a medida será avaliada junto ao sindicato. “Nossa assembleia estava marcada para 10 de novembro, mas vamos nos reunir com a diretoria para reavaliar o movimento. Este é o ‘recalote’ do governo, a confirmação do calote, um ano depois da promessa de pagar”, ressaltou.

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