Servidores da Saúde e professores invadem a Câmara Legislativa para cobrar reajuste salarial
Categorias afirmam que não houve negociação com o governo e que vão manter paralisação até que seja feito o pagamento
atualizado
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Servidores da Saúde e da Educação invadiram, na manhã desta terça-feira (20/10), o foyer da Câmara Legislativa, espaço que dá acesso ao plenário da Casa. Os trabalhadores da Saúde realizaram assembleia no auditório, onde decidiram manter a paralisação iniciada no último dia 8.
Eles alegam que não houve avanço nas negociações com o Governo do DF e, por isso, resolveram ocupar a Casa para pressionar tanto os distritais quanto o Palácio do Buriti a pagar o reajuste salarial previsto para setembro.
A decisão de invadir a Câmara ocorreu porque foram os distritais que aprovaram, no ano passado, o reajuste salarial de 32 categorias do GDF. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) suspendeu o pagamento, alegando não ter dinheiro em caixa.
Assista ao vídeo do momento da invasão:
“Decidimos ocupar este espaço, porque aqui foi aprovada a lei do nosso reajuste. Só sairemos quando o governador nos receber”, disse a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues. “Rollemberg trata a questão como se fosse uma promessa de campanha, e não é. Trata-se de uma lei e ele, como governador, deveria cumpri-la. Com esse governo, o povo está só”, completou Marli.
Enquanto os servidores da Saúde estão no foyer da Casa, os professores ocuparam a presidência. Eles farão uma assembleia ainda nesta terça, na porta da Câmara. “Vamos continuar o movimento até que o governo apresente propostas. A negociação não avançou em nada”, afirmou a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro), Rosilene Corrêa.
Os servidores foram recebidos pela presidente da Casa, Celina Leão (PDT), e também pelos deputados Ricardo Vale (PT) e Chico Vigilante (PT). Segundo Marli Rodrigues, a Câmara vai pressionar o governo para que sejam encaminhados projetos para a Casa com um calendário de pagamento dos reajustes.
“Nosso objetivo é sair da Câmara hoje com a greve acabada. Mas só faremos isso com um calendário de pagamento fechado”, afirmou a presidente do SindSaúde.
Durante a conversa com os servidores, a deputada Celina Leão (PDT) afirmou que a Casa é deles e que ninguém será retirado do local. A presidente disse ainda que não considera o movimento uma invasão, já que os sindicatos foram autorizados a usar o auditório da Câmara esta terça, entre 10h e 14h para realizar a assembleia.
Saúde
Os servidores estão parados desde o dia 8 deste mês e não há previsão para o fim do movimento. O SindSaúde esclarece, no entanto, que tem mantido os 30% do efetivo no trabalho, conforme prevê a lei. O sindicato representa mais de 23 mil servidores da área, divididos em 104 categorias.
A greve já foi considerada ilegal pela Justiça, a pedido do GDF, mas o sindicato alega que não foi notificado. O Tribunal de Justiça do DF aumentou, na última sexta-feira, a multa diária para cada dia de paralisação, de R$ 100 mil para R$ 300 mil. E ameaçou abrir uma ação contra os sindicalistas por omissão no atendimento à população. O governador Rollemberg, por sua vez, anunciou o corte de ponto dos servidores grevistas.
Segundo informações da Polícia Militar, há pelo menos 150 servidores dentro da Câmara Legislativa.
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