Sem reajuste este ano, professores decidem manter a greve
Decisão foi tomada em assembleia na frente do Palácio do Buriti, duas horas depois de o governador anunciar que o aumento salarial só será pago em outubro de 2016
atualizado
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Reunidos em assembleia na manhã desta sexta-feira (23/10) em frente ao Palácio do Buriti, os professores da rede pública do DF decidiram manter a greve. A decisão foi tomada duas horas depois de o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciar para outubro do ano que vem o pagamento do reajuste salarial que deveria ser pago no mês passado.
A diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro), Rosilene Corrêa, chamou a proposta do governo de “provocação “. Para convencer a categoria a retornar ao trabalho, o Governo do DF se comprometeu a pagar os atrasados referentes à licença-prêmio dos docentes que se aposentaram e regulamentar os auxílios-alimentação e transporte. Mas não foi suficiente.
Nem a chuva espantou os professores. De guarda-chuva e agasalhos, cerca de 500 deles se mostraram irritados com o fato de o governador anunciar pela mídia o calendário do reajuste, já que uma comissão de negociação foi criada pelo GDF para analisar a pauta de reivindicação da categoria.
Não tem outra decisão pra tomar. Temos que continuar a greve. Temos que fazer com que esse governo frouxo e incompetente volte atrás e pague o reajuste imediatamente.
Washington Dourado, diretor do Sinpro
Confira o vídeo da assembleia:
Tina Lopes, 47 anos, pedagoga da rede pública de ensino participou da assembleia: “Essa proposta é uma afronta com a categoria. Estava contando com o reajuste, mas principalmente com o respeito do governador. A greve vai continuar “, disse a professora da rede há 27 anos antes da votação.
Já os servidores administrativos da educação, representados pelo SAE, que também estão em greve, marcaram a próxima assembleia para terça (27). Na segunda, farão piquetes nas escolas. Consideraram a proposta um retrocesso, tendo em vista a primeira negociação previa o pagamento dos reajustes a partir de maio. “Continuamos com a greve”, disse Denivaldo Alves, representante de 19 mil servidores, entre porteiros, merendeiras e atendentes.
Saúde
Os servidores da Saúde fazem assembleia às 13h para definir o rumo do movimento. Pela manhã, a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, disse que não aceitava a proposta de pagamento do GDF. Outras 13 categorias estão em greve, entre elas os servidores do DER e Na Hora. O Tribunal de Justiça do DF, acatando pedido do GDF, decretou a greve dos professores e da Saúde ilegais.
Os reajustes foram autorizados em 2013, durante a gestão do petista Agnelo Queiroz. O Ministério Público chegou a contestar o aumento, mas ele foi confirmado pelo Tribunal de Justiça do DF no início deste ano. Segundo o governo local, a parcela que deveria ser incorporada aos salários em setembro implicaria em um aumento de R$ 115 milhões por mês na folha de pessoal.