Professores serão recebidos por Rollemberg nesta quinta para negociar
Para receber comissão da categoria nesta quinta (30), governador pediu a imediata liberação do trânsito na N1. Categoria aceitou a proposta
atualizado
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Depois de quase sete horas mobilizados em frente ao Palácio do Buriti, os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram liberar o Eixo Monumental por volta das 19h desta quarta-feira (29/3). O impasse durou o dia todo. Em greve desde o dia 15 de março, os docentes tentaram invadir a sede do Executivo, onde o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) despachava durante a tarde. Ele concordou em receber uma comitiva de educadores nesta quinta (30), às 14h, mas sob uma condição: a categoria deveria permitir imediatamente o fluxo normal de veículos na Via N1.
O acordo foi intermediado pelos distritais Reginaldo Veras (PDT), Chico Vigilante e Ricardo Vale (ambos do PT), que propuseram ao governador receber a comitiva e levaram a contraproposta do chefe do Executivo aos professores. Assim, a pista que foi interditada por volta do meio-dia acabou liberada no horário de pico.
Mais cedo, houve confusão em frente ao Buriti. Policiais militares usaram spray de pimenta para dispersar os manifestantes que tentavam entrar na sede do Executivo. Durante o impasse, agentes e policiais de trânsito precisaram fazer bloqueios na via: às 17h, eles orientavam os motoristas que precisavam trafegar pela N1 na hora do rush a desviarem para o Eixo Rodoviário Norte ou outras rotas. Ninguém passava pela pista a partir da Rodoviária do Plano Piloto.
Com isso, os professores ficaram livres para ocupar tanto as seis faixas do Eixo Monumental quanto o gramado da praça em frente à sede do Executivo, na expectativa de serem atendidos por um representante do governo local. À noite, Rollemberg chegou a olhar pela cortina do Buriti para checar como estava a situação do lado de fora.
Greve
Nem a chuva intensa que atingiu a região durante a tarde desmobilizou os professores. Segundo o sindicato da categoria (Sinpro/DF), eles estavam dispostos a não sair do local: se fosse preciso, passariam a noite, e já começavam a armar tendas na Praça do Buriti.
Com a proposta de Rollemberg, eles farão reuniões na manhã desta quinta e, a partir das 13h30, prometem ficar em vigília na praça do Buriti. Às 14h, a comitiva de professores será recebida pelo governador.
Nós acreditamos que o dia de hoje (29/3) foi de vitória. Mostra como esse governador é intransigente e que só cedeu porque fechamos a rua e não tiramos o pé
Rosilene Correa, diretora do Sinpro
O secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, rebate. “É totalmente descabido o Sinpro falar que somos intransigentes. Este ano, os recebemos nove vezes. Nos surpreendemos com a atitude de hoje de um pequeno grupo que se sentiu no direito de parar uma cidade”, reagiu.
Os docentes cobram o pagamento da última parcela do reajuste salarial concedido ainda em 2013, além de melhores condições de trabalho. Na manhã desta quarta, em assembleia-geral, cerca de mil professores decidiram manter a greve deflagrada em 15/3 por tempo indeterminado. Com a decisão, os educadores enfrentam, ao mesmo tempo, o Executivo e o Judiciário.
A Justiça já decretou a ilegalidade do movimento, determinou o retorno imediato ao trabalho e fixou em R$ 100 mil a multa por dia de descumprimento. O Executivo anunciou que cortará o ponto de professores efetivos e temporários que não voltarem às salas de aula. Há nova assembleia marcada para a próxima terça (4/4).
Veja imagens da mobilização dos educadores:
Assista vídeos do protesto dos professores diante do Buriti: