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Negociação com professores avança e greve caminha para o fim

Após uma longa e tensa reunião, Rollemberg aceita rever o corte do ponto da categoria e pedir à Justiça a anulação da multa imposta ao sindicato. Medidas serão discutidas em nova assembleia, na manhã desta quinta

atualizado

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1 de 1 - Foto: Manoela Alcântara/Metrópoles

A proposta que será apresentada na manhã desta quinta-feira (12/11), em nova assembleia dos professores, na Praça do Buriti, não é a sonhada pela categoria, mas pode levar ao fim da greve que já dura quase um mês.

Após um dia marcado por manifestações tensas em frente à Câmara Legislativa e ao Palácio do Buriti — com direito a depredação da entrada do monumento e borrifadas de spray de pimenta por parte da Polícia Militar —, o governo concordou em reconsiderar o corte do ponto dos dias parados e a multa diária imposta pela Justiça ao Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), de R$ 400 mil — o total já supera os R$ 11 milhões.

Como a extinção da penalidade financeira depende de nova decisão judicial, o GDF criará uma comissão, com a sociedade civil e a Procuradoria-Geral do DF, para negociar a questão com o Judiciário. No entanto, não deve haver modificação em relação às datas do reajuste e do retroativo dos servidores, que serão pagos, respectivamente, apenas no segundo semestre do ano que vem e em 2017. Na mesa de negociações, também está a elaboração do calendário de reposição das aulas, conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

Esses foram os pontos debatidos entre o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), integrantes do Sinpro-DF, da Câmara Legislativa e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), além de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em reunião no Palácio do Buriti, na noite de hoje.

Tensão
A reunião começou às 20h. Rollemberg falou da crise financeira do DF e subiu o tom das críticas aos professores pelo incidente da manhã.

Quero lamentar esses acontecimentos de hoje. A atitude foi um risco para as pessoas e uma degradação ao patrimônio público. Um sindicalista disse que não sossegaria nem que houvesse mortos. Isso não serve para ninguém. Estamos num estado de democracia de direito, quero deixar meu protesto

Rodrigo Rollemberg, governador

O governador lembrou da ilegalidade da greve e repetiu a proposta de pagar os reajustes apenas em outubro de 2016, com retroativos depositados apenas em 2017.

Pouco depois, foi a vez de Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro, expor as insatisfações da categoria. “Se o governador mantiver os cortes de ponto, o ano letivo estará perdido. Não nos negamos a repor as aulas, mas queremos voltar para a sala de aula com dignidade.”

Também diretor do Sinpro, Washington Dourado endossou as críticas. “Somos 45 mil servidores. O reajuste dos professores, com 13° e férias, significaria R$ 172 milhões por ano. É uma vergonha o governador dizer que não tem esse dinheiro no Orçamento do DF.”

No meio da reunião, Rollemberg pediu aos representantes da OAB-DF e da CNBB presentes no encontro que também acompanhassem a assembleia de amanhã do Sinpro, para testemunhar o que vem ocorrendo nas manifestações.

Cláusulas
O presidente da OAB-DF, Ibaneis Rocha, interveio: “Não adianta o governo ficar falando da impossibilidade de pagar, e o Sinpro nessa posição. Seria interessante ter aqui as cláusulas de um acordo — e o que impede o encaminhamento dele — para poder haver uma negociação.”

Os integrantes da mesa concordaram que era preciso chegar a um acordo. A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), propôs um plano que anistie a multa imposta ao sindicato, e disse que a Casa votará o que for preciso para retomar o clima de paz na cidade.

Por volta das 20h50, por sugestão do deputado distrital Chico Vigilante (PT), foi formada a comissão para discutir as propostas. Naquele momento, a reunião foi transferida para o gabinete do governador, fechada à imprensa. Todos retornaram às 22h25, para anunciar o escopo das medidas que serão levadas à assembleia dos professores na manhã desta quinta-feira.

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