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Mais uma vez, GDF diz não ter dinheiro para pagar salário de servidor

Em novembro, pelos cálculos do Palácio do Buriti, o déficit chega a 15% da folha de pessoal, estimada em R$ 1,6 bilhão

atualizado

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1 de 1 salários, GDF, servidores - Foto: iStock

Pela segunda vez consecutiva, o Governo do Distrito Federal chega ao fim do mês sem dinheiro para pagar 100% dos salários. No dia 26 de outubro, o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, anunciou que faltavam R$ 76 milhões para fechar a conta. Dias depois, entretanto, o pagamento dos servidores foi realizado integralmente. Em novembro, pelos cálculos do Palácio do Buriti, o déficit é maior, chegando a 15% da folha de pessoal, estimada em R$ 1,6 bilhão.

Até o quinto dia útil de dezembro, data em que os salários devem ser creditados na conta dos servidores, o governo espera a entrada de recursos, principalmente dinheiro que aguarda receber da União, como a quantia referente às multas da repatriação. A situação financeira do GDF foi tema de uma reunião neste domingo (27/11) entre o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e sua equipe econômica.

Apesar da alegada falta de recursos, o Distrito Federal registrou o maior crescimento de gastos com servidores ativos em 2015. O desempenho colocou a capital do país no topo do ranking entre todos os entes da Federação.

Os dados foram compilados pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e mostram que o GDF aumentou em quase 10% o desembolso com a folha de pessoal, representando 58,61% das despesas governamentais. Isso colocou o DF na 4ª posição entre os estados mais perdulários (gastadores).

A Secretaria de Planejamento (Seplag) informa que esse aumento foi resultado de negociações ocorridas no governo anterior, do petista Agnelo Queiroz. “É importante destacar também que, no fim de 2014, a segunda parcela dos reajustes — aprovados em 2013, na gestão passada — foi incorporada às folhas de pagamento dos servidores do DF e significou, naturalmente, crescimento nas despesas com pessoal para os anos seguintes”, explicou em nota.

De acordo com o governo, há um acréscimo de R$ 600 milhões anuais nas despesas com pessoal, apenas com o chamado crescimento vegetativo da folha.

Arrecadação em alta
Embora o Buriti insista na versão de que o Distrito Federal está falido, a arrecadação registra aumentos sucessivos mensalmente em comparação com os mesmos períodos de 2015, já descontada a inflação do período.

Em setembro deste ano, por exemplo, a receita total de impostos da capital federal cresceu 13,71% em comparação ao mesmo mês de 2015. Enquanto no exercício passado os cofres públicos receberam R$ 993,1 milhões, em setembro de 2016, o valor foi de R$ 1,129 bilhão.

O aumento da arrecadação verificado em setembro repete a tendência dos últimos meses, nos quais o GDF registrou sucessivas altas nos números. Os dados, obtidos no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo) do GDF, têm sido divulgados pelo Metrópoles mensalmente.

Para o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, contudo, os números continuam desfavoráveis. “Conseguimos ampliar a arrecadação de R$ 13 bilhões para R$ 15 bilhões, mas perdemos, em repasses da União, pouco mais de R$ 1 bilhão. Todo o nosso esforço foi consumido”, argumenta.

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