Greve do Detran completa sete dias e atrapalha a vida dos brasilienses
Outras duas categorias também estão com os braços cruzados: servidores do sistema socioeducativo e da assistência social
atualizado
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Insatisfeitos com a falta de reajuste salarial e em campanha para melhorar as condições de trabalho, servidores de diferentes categorias aderiram a greves que têm complicado a vida dos brasilienses precisando de serviços do Departamento de Trânsito (Detran), dos centros de assistência social e do sistema socioeducativo do Distrito Federal.
Servidores do Detran cruzaram os braços na última terça-feira (13/3). Todos os serviços do órgão estão afetados com a paralisação, segundo o sindicato que representa os funcionários, o Sindetran-DF.
A categoria promete fazer uma passeata de Taguatinga até o Palácio do Buriti na quinta (22) para pressionar o governo.
Enquanto o impasse não tem fim, o trabalho se acumula. Fiscalização, vistoria, transferência de veículos, emissão de documentos, atendimento nas clínicas psicológicas e as aulas teóricas de direção estão interrompidas.
Assistência social
Em greve desde 2 de março, os servidores da Assistência Social e Cultural do GDF decidiram manter o movimento. A votação ocorreu em assembleia realizada na última sexta (16).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores em Assistência Social e Cultural do GDF (Sindsasc), Clayton Avelar, o governo não se mostra preocupado com as reivindicações da categoria. “Estamos há 27 meses recebendo salários menores do que o previsto em lei, e o GDF se nega a cumpri-la, mesmo com dinheiro em caixa”, afirma Avelar.
Além do pagamento do reajuste salarial e de benefícios, como vale-alimentação e licenças-prêmio, os servidores pedem a realização de concurso público para suprir o deficit de pessoal, estimado em 2,6 mil profissionais.
Segundo o sindicato, devido à falta de negociação com o GDF, 100 mil famílias estão sem atendimento de assistência social. Apenas o contingente mínimo de 30% está em atividade nas unidades de atendimento ininterrupto. Um total de 1.530 trabalhadores, o correspondente a 90% dos sindicalizados, aderiu ao movimento.
Pedido de providências
Na última quarta (14/3), o comando de greve foi ao Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) para audiência. O objetivo, segundo o presidente do Sindsasc, foi pedir que o governo negocie rapidamente com a classe. “A assistência social no DF está em colapso. Pedimos apoio à Corte de Contas para que haja um esclarecimento quanto à postura de intransigência do Executivo em não negociar”, diz Avelar.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) proibiu, no último dia 6, o corte no ponto e o desconto dos dias de paralisação dos servidores que aderiram à greve. A decisão consta em tutela antecipada deferida pelo desembargador Sérgio Rocha, depois de pedido feito pelo Sindsasc.
O que diz o governo
Por meio de nota, a Secretaria da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais informou que “tem mantido diálogo constante com as categorias. Para isso, a Subsecretaria de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor conta com 32 mesas permanentes de negociação, que mantêm encontros periódicos com diversos sindicatos, inclusive com o Sindetran e o Sindsasc”.
Ainda segundo a pasta, “a última reunião com os representantes das duas categorias foi no dia 12 de março e as reivindicações estão sendo atendidas de acordo com a disponibilidade financeira do GDF”.