GDF promete mudar uso da área do Clube de Golfe e dá-lo a servidores
Local é um dos 44 imóveis que o governo vai dar ao Iprev para pagar dívida com o fundo que banca a aposentadoria do funcionalismo público local. Veja a lista completa
atualizado
Compartilhar notícia
O Governo do Distrito Federal apresentou nesta segunda-feira (21/3) a lista dos 44 imóveis (veja relação abaixo) que poderão ser incorporados ao patrimônio do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev). A transferência de imóveis foi a solução encontrada pelo Palácio do Buriti para quitar uma dívida de R$ 1,2 bilhão com o instituto, adquirida no fim do ano passado, quando o GDF utilizou parte do fundo da instituição para o pagamento de servidores. Porém, justamente no maior e mais valioso terreno, que equivale a quase metade do débito (R$ 500 milhões), está instalado o Clube de Golfe.
Embora pertença ao GDF, o local é administrado por uma associação civil, que tem a concessão do espaço por 30 anos, renováveis pelo mesmo período. A inclusão do terreno na lista gerou questionamentos na audiência pública em que a lista foi apresentada. “O terreno não valerá nada para o Iprev. O local é tombado e não poderão vender um centímetro”, disparou Sérgio Pimentel, conselheiro do Clube de Golfe.As possibilidades de exploração futuras, contudo, foram destacadas pelos representantes do governo, que promete mundos e fundos para valorizar a área. “Nem todos os 730 mil metros quadrados são usados pelos praticantes de golfe. Cerca de 200 mil metros quadrados poderão ter seu uso ampliado com a aprovação da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e do Plano de Preservação (PPCUB)“, afirmou o secretário adjunto de Gestão do Território e Habitação, Luiz Otávio Rodrigues. Entre as possibilidades, de acordo com ele, está a construção de um hotel no lugar.
O presidente do Sindicato dos Servidores (Sindser), André Luiz da Conceição, também se mostrou preocupado com a oferta. ” É preciso avaliar com critério a verdadeira liquidez e potencial de retorno dos terrenos. Não queremos colocar a aposentadoria de trabalhadores em risco”, afirmou.
Além do campo esportivo, o clube conta com restaurantes e uma loja de equipamentos, distribuídos em uma área de 730 mil metros quadrados. O espaço foi idealizado por Lúcio Costa e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Patrimônio
A proposta, mesmo no campo das promessas, agradou ao presidente do Iprev, Roberto Moisés dos Santos. “A incorporação de imóveis é uma medida que confere segurança ao instituto, que terá pelo menos 24 anos para trabalhar esse patrimônio”.
Somente com a titularidade do terreno, já teremos um acréscimo considerável no patrimônio, o que é um bom investimento. Entendo que os membros do clube estejam preocupados, mas a parte esportiva não será afetada. Buscaremos apenas ampliar o uso além da modalidade.
Roberto Moisés dos Santos, presidente do Iprev-DF
Depois de análise da Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação, foram apresentados 44 locais que, segundo a pasta, não trariam impacto negativo ao patrimônio do DF caso fossem entregues ao Iprev. Apartamentos, lotes vazios e galpões estão na lista.
O impasse não chegou a uma solução. Um projeto de lei tratando da transferência da propriedade, com a lista de imóveis e estudos mais completos quanto aos valores de cada um, deverá ser apresentado em abril na Câmara Legislativa. Até lá, novos embates estão previstos.
Confira a lista de 44 imóveis que o GDF quer passar para o Iprev: