GDF deixa aumento da Polícia Civil nas mãos do governo federal
Em reunião com deputados nesta quinta (24/8), Rollemberg afirmou que, se a União colaborar, pode repensar a paridade da PCDF com a PF
atualizado
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Uma grande reunião, na noite desta quinta-feira (24/8), movimentou o primeiro escalão do GDF, além de deputados distritais e federais. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), acompanhado dos secretários da Casa Civil, Sérgio Sampaio, e da Fazenda, Wilson José de Paula, ouviu, durante mais de duas horas, os pedidos dos sindicatos dos policiais Civis e dos delegados por mais valorização. No entanto, jogou para as mãos do governo federal a possibilidade de ceder às cobranças da corporação.
Em seu discurso, o governador disse, mais uma vez, que não tem condições de dar o aumento pedido pela categoria, que busca equiparação salarial com a Polícia Federal. No entanto, Rollemberg afirmou que, se houver ajuda do governo federal, as negociações podem ser retomadas. Na semana passada, o secretário Sérgio Sampaio disse que o GDF não tinha condições de fazer qualquer proposta aos policiais em 2017 e em 2018.De concreto, foi agendada uma reunião com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, para a próxima terça-feira (29/8), às 11h. A intenção dos parlamentares é pedir que o Distrito Federal volte a gerir o Fundo Constitucional, que banca os gastos da Polícia Civil. “O presidente (Michel Temer) não ajuda tanto os outros estados? Está na hora de olhar para o Distrito Federal”, afirmou o deputado federal Rôney Nemer (PP).
A reunião, convocada com a missão de “discutir a segurança pública do DF”, contou com a participação dos distritais Cláudio Abrantes (sem partido), Agaciel Maia (PR), Wellington Luiz (PMDB), Wasny de Roure (PT), Celina Leão (PPS) e o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT). Estiveram presentes também os federais Augusto Carvalho (SD), Laerte Bessa (PR) e Izalci Lucas (PSDB).
Sem avanços
Apesar da sinalização do GDF em tentar o diálogo com o governo federal, para alguns deputados a reunião foi apenas “mais do mesmo”. “O governo sempre fala que reconhece a causa da polícia, mas, efetivamente, não se avança nada. A situação é sempre a mesma e não há expectativa para que mude”, resumiu o distrital Cláudio Abrantes.
Para o Sindicato dos Policiais (Sinpol), ao menos “a porta das possibilidades foi reaberta”. “Vamos continuar lutando para que a nossa paridade saia ainda este ano. Não foi feita nenhuma proposta, mas a gente ainda visualiza uma esperança”, disse Rodrigo Franco, presidente da entidade.
A assessoria de imprensa do governador informou que ele não comentaria a reunião.