Em protesto, policiais civis fazem o “velório” da segurança do DF
Sem acordo com o GDF sobre o reajuste salarial da categoria, os agentes fazem um ato simbólico em frente ao complexo da corporação na tarde desta quarta-feira (21/9)
atualizado
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Em mais um dia de protestos, policiais civis foram na tarde desta quarta-feira (21/9) para a frente do complexo da corporação, ao lado do Parque da Cidade, com o objetivo de cobrar o reajuste salarial de 37%. Eles levaram cruzes, um caixão e, num ato simbólico, fizeram um “velório da segurança pública do Distrito Federal”. Em um cortejo fúnebre, eles caminharam até o prédio da direção. Os policiais estão mobilizados desde 4 de julho por meio da Operação Legalidade. Protestos paralelos ocorreram nas únicas 12 delegacias que estão funcionando em esquema de plantão.
Os sindicatos dos policiais e delegados (Sinpol e Sindepo) divulgaram nota em que informam que aguardavam se encontrar com representantes do governo nesta quarta-feira para discutir, mais uma vez, a proposta que poderia igualar os salários da categoria com os dos agentes da Polícia Federal (PF). Mas o GDF informou que não tem como avançar na proposta.
“Para a gente, isso é mais uma decepção. Sempre que achamos que as negociações vão avançar, eles recuam. O GDF está usando a nossa categoria como freio, pra não dar aumento para nenhum outro servidor”, disse o presidente do Sinpol, Rodrigo Franco.
Na semana passada, em uma rodada de negociações no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), O GDF ofereceu o pagamento dos 37% para equiparação salarial com a PF da seguinte forma: (7,5% em outubro de 2017; 8% em outubro de 2018; 8,5% em outubro de 2019 e 8,5% em outubro de 2020). Contudo, esses índices foram rejeitados, por unanimidade, pelos policiais civis.Briga com a PM
O presidente do Sinpol também falou sobre o fato de a Polícia Militar estar registrando Termo Circunstanciado, uma espécie de Boletim de Ocorrências.
Cadê uma lei autorizando a PM a fazer os boletins? Eles vão reponder por usurpação de função pública. Se eles começarem a fazer isso, o policiamento nas ruas vai diminuir e aí que sensação de insegurança vai aumentar. Isso é uma briga de poder, isso sim. Eles estão aproveitando a nossa operação para pegar o nosso lugar. Eles querem a função nobre, que é investigar. Mas eles vão ouvir testemunhas? Como? Nem encaminhar para o IML (Instituto Médico Legal) eles podem.
Rodrigo Franco, presidente do Sinpol