Detentos fazem serviço de vigilantes no Hospital Regional do Guará
Segundo o Sindicato dos Vigilantes, dois internos do CPP foram flagrados na portaria da unidade. GDF nega irregularidade
atualizado
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Um dia após o Metrópoles denunciar a presença de presidiários fazendo a segurança no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), um novo flagrante foi feito nesta terça-feira (11/10), desta vez na unidade do Guará (HRGu). Imagens feitas pelo Sindicato dos Vigilantes do DF mostram dois internos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de plantão na portaria do hospital.
Os vigilantes que fazem a segurança das unidades de saúde estão de braços cruzados desde segunda-feira (10/10). Mobilizados, eles perceberam a presença dos detentos ao fazerem uma manifestação em frente ao Hospital do Guará.Segundo um dos diretores do sindicato, Gilmar Rodrigues, os homens estavam na guarita da unidade hospitalar controlando o acesso da população, função exclusiva dos vigilantes. O sindicalista diz que entrará novamente em contato com a Polícia Federal para fazer nova denúncia.
Em resposta, a Secretaria de Saúde do DF informou, por meio de nota, que a unidade do Guará conta com um apenado do regime semiaberto no chamamento de pacientes, mas que em nenhum momento ele prestou serviço de vigilância no local.
A Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) alegou que o contrato regulamentado entre a instituição e a Secretaria de Saúde prevê que os internos atuem em hospitais do DF em funções administrativas, de serviços gerais e manutenções. “Se alguma irregularidade for confirmada quanto ao desvio de funções dos reeducandos das atividades firmadas, será apurada e os responsáveis advertidos”, informou a fundação em nota.
Denúncias
Nesta segunda-feira (10/10), os internos do CPP foram flagrados fazendo a segurança do HRC. Conforme mostrou o Metrópoles, quatro presos ocupavam o posto de vigilantes na entrada da unidade. A denúncia foi também do Sindicato dos Vigilantes do DF.
Segundo a entidade, existe um contrato firmado entre a Secretaria de Saúde e a Funap. A fundação cede internos do regime semiaberto para desempenharem trabalho de manutenção nos hospitais. No entanto, os presos acabaram desviados para uma função irregular. A situação foi denunciada à PF.
Greve
Os 2,7 mil vigilantes vinculados às empresas Brasília Segurança, Confederal e Ipanema, que trabalham nas unidades públicas de saúde do Distrito Federal, continuam de braços cruzados nesta terça-feira. Com isso, está suspensa a segurança de hospitais como os de Brazlândia, de Ceilândia, de Taguatinga, de Samambaia, da Asa Norte, do Gama, do Guará, de Santa Maria, além dos postos e unidades de pronto-atendimento do DF (UPAs).
Os trabalhadores não têm previsão de retorno ao trabalho. De acordo com o Sindicato dos Vigilantes, os salários da categoria deveriam ter sido depositados na última sexta-feira (7), mas o repasse não ocorreu. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que pagou as três empresas de vigilância na manhã desta terça, em um total de R$ 10 milhões. A pasta espera que os funcionários voltem ao seus postos ainda hoje, mas a categoria garante que o dinheiro ainda não caiu na conta.