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Com salários e reajuste ameaçados, servidores partem para o ataque

No caso da educação, por exemplo, os professores ameaçam parar, o que pode comprometer o ano letivo em 2016 e início de 2017. Categorias fazem assembleia geral no dia 7, com indicativo de greve

atualizado

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calote
1 de 1 calote - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) está prestes a enfrentar um colapso no serviço público. Ao sinalizar incerteza quanto ao pagamento da última parcela do reajuste salarial, que deveria ter sido creditada na conta dos servidores em setembro do ano passado, e lançar dúvidas sobre haver dinheiro em caixa para honrar os salários de novembro, o governo do DF jogou lenha na pauta de reivindicações do funcionalismo local. As categorias prometem partir para o ataque e paralisar as atividades, repetindo o cenário de caos vivido há um ano, com greves em várias áreas.

Os servidores preparam para 7 de outubro um dia de paralisação geral. “Eles estão usando a mesma metodologia do ano passado, de prometer e não cumprir. Isso é o prenúncio de um segundo calote”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos (SindMédico), Gutemberg Fialho. Já o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta do DF (Sindireta), Ibrahim Yusef, afirma que o governo está “brincando” com as categorias.

No caso da educação, por exemplo, os sindicalistas ameaçam parar o serviço, comprometendo o ano letivo de 2017. O Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) afirma que não vai aceitar uma nova “manobra” do governo. “É calote e não terá acordo quanto a isso. Se o GDF não cumprir o calendário que ele mesmo estabeleceu, pode ter certeza que haverá greve. Existe a possibilidade de as aulas serem afetadas até mesmo no início de 2017. Está nas mãos do governo o futuro do ano letivo no DF”, disse o diretor do Sinpro Samuel Fernandes.

A entidade lembra, ainda, que as licenças-prêmio não estão sendo pagas e cobra a nomeação de professores e orientadores. Na área da saúde a indignação não é diferente. Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde, afirma que o governo não tem mais a confiança dos servidores.

“Não poderíamos esperar outra atitude de um governo tão incompetente. Não tem como deixar de fazer um movimento paredista. O governador não está mais falando da gestão anterior, está falando da gestão dele. Não conseguiu cumprir nada do que prometeu”, alfinetou. “Essa estratégia de aumentar o IPTU só vai servir para piorar a situação, nos colocar na parede, para que a gente lute lute e não saia do lugar. É terrorismo”, completou.

Demos um prazo de um ano e agora, faltando um mês para o pagamento do reajuste, eles afirmam que não têm orçamento? O governo está usando a LRF como muleta para não honrar com seus compromissos.

Ibrahim Yusef

Restrições
Tanta revolta tem um motivo: o governo anunciou nessa quinta-feira (29/9) que não conseguiu reduzir os gastos com pessoal e se manteve acima do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Assim, o Palácio do Buriti continua com restrições para contratar pessoal, conceder aumentos, criar cargos e pagar horas extras. Para incrementar a arrecadação, prepara um projeto de lei atualizando os valores venais (de avaliação) dos imóveis, que servem de base para a cobrança do IPTU.

Mesmo reconhecendo que o reajuste devido aos servidores foi aprovado em governos anteriores e já pago parcialmente, estando fora das restrições da LRF, o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury, admitiu que ainda não há 100% de garantia do pagamento da parcela que deveria ter sido creditada na conta dos servidores em setembro do ano passado.

Ao som de funk
Se depender da criatividade de alguns sindicatos, as assembleias em frente ao Palácio do Buriti serão embaladas pelas batidas do funk carioca. O SindSaúde, por exemplo, fez uma paródia da música Baile de Favela para criticar a gestão Rollemberg.

“Na saúde, elle é incompetente. Na mobilidade, elle é incompetente. Lá na segurança, elle é incompetente. Brasília tá largada e seu povo tá doente!“, diz a letra. O clipe lançado na última terça (27), até esta publicação contava com 3,8 mil visualizações.

 

Novos reajustes
O problema do GDF, entretanto, vai além do reajuste atrasado prometido para este mês. Outras categorias cobram aumento salarial. Entre elas, os policiais civis e militares.

Os policiais civis estão em operação reduzida desde 4 de julho e também prometem manter a pressão para conseguir reajuste salarial de 37%. “Continuamos mobilizados. Os recursos que pagam os salários dos policiais civis são federais e vêm do Fundo Constitucional. Esse argumento da LRF não serve para a gente”, informa o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Rodrigo Franco.

O Sindicato fez uma versão do funk Malandramente, criticando a demora na concessão do reajuste. Confira:

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