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Servidor ligado à Máfia das Funerárias continua trabalhando no HRT

Segundo o MP, Samuel Aguiar Veleda recebia até R$ 300 para cada indicação de óbito que se convertia na contratação de serviços funerários

atualizado

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1 de 1 Máfia-operação-21 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Acusado de envolvimento com a Máfia das Funerárias, o ascensorista do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) Samuel Aguiar Veleda continua trabalhando. Segundo a Secretaria de Saúde, ele é alvo de “investigação preliminar” no âmbito administrativo. “A pasta ressalta que não tolera irregularidades e tomará todas as providências necessárias neste caso”, destacou, em nota.

Outro envolvido, Jocileudo Dias Leite, não trabalha mais no hospital porque foi demitido pela empresa de vigilância. Ambos estão entre os 12 denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) à Justiça na semana passada.

Samuel, segundo a investigação, recebia até R$ 300 de propina para cada indicação de óbito que se convertia na contratação de serviços funerários. Se conseguisse recomendar um corpo por dia, poderia lucrar até R$ 9 mil por mês com o bico clandestino.

Jocileudo, em diálogo gravado pela Polícia Civil em 11 de abril de 2017 – seis meses antes da Operação Caronte –, exigiu de Cláudio Barbosa Maciel suborno para passar à quadrilha informações de pessoas que tiveram morte natural na unidade de saúde.

Cláudio Barbosa é o dono das funerárias Universal e Pioneira, fechadas após as denúncias. Ele mantinha um esquema com outras sete pessoas para obter informações privilegiadas e convencer famílias a contratarem os serviços das suas empresas. Enganadas, algumas pessoas pagavam até R$ 6 mil para sepultar um parente, valor considerado bem acima da média.

“A organização criminosa é antiga e os pagamentos feitos a ambos são operacionalizados sem a necessidade de uma nova tratativa a cada repasse de informações privilegiadas e sigilosas”, diz a denúncia do Ministério Público.

Um dos áudios mostra como Cláudio e Jocileudo tratavam com naturalidade as mortes de pacientes ocorridas no HRT. “Amanhã tem um negocinho para você, falou?”, disse o empresário, indicando que daria dinheiro ao comparsa.

A quadrilha de Cláudio Barbosa também falsificava atestados de óbito. Em 26 de outubro, quando a operação foi deflagrada, o médico Agamenon Martins Borges, dono de uma funerária em Formosa (GO), foi preso. Segundo os investigadores, Borges assinava as declarações. Em alguns casos, sem sequer olhar o corpo.

Células concorrentes
O grupo foi desarticulado pela Corregedoria-Geral da PCDF, com apoio do Mistério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Os policiais e promotores tratam o esquema como um “mercado da morte”. Foram identificadas duas células criminosas concorrentes: uma agia em Taguatinga, e a outra, em Samambaia.

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