Servidor do Detran-DF e empresas são alvo de operação contra corrupção
Segundo a Polícia Civil, o suposto esquema envolvia um servidor e empresas de vistoria e estampagem de placas de veículos
atualizado
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A Polícia Civil (PCDF) deflagrou nesta terça-feira (12/12) a operação Amigos do Rei, cujo objetivo é desarticular um suposto esquema de corrupção dentro do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF).
O esquema envolveria um servidor do Detran e empresas de vistoria e estampagem de placas. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. Cerca de 100 policiais atuaram na operação.
Segundo a PCDF, as investigações apontaram que o servidor, mediante propina, direcionava usuários de serviços de trânsito ao grupo de empresas envolvidas, além de aprovar vistorias de veículos com graves irregularidades.
A Delegacia de Repressão à Corrupção do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DRCOR/Decor) conduziu o caso.
A investigação teve apoio do Ministério Público do DF e Territórios, pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) e da Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Buscas
Os mandados de busca foram expedidos para as residências dos investigados em Brazlândia, Taguatinga, Lago Norte e Luziânia (GO)
As sedes das empresas credenciadas pelo Detran e o Núcleo Regional de Trânsito de Brazlândia (Nutran III) também foram alvo de buscas.
Laranjas
Na investigação, a PCDF constatou que foram utilizados laranjas no quadro societário de empresas.
Segundo a equipe de investigação, os eles eram escalados para burlar as resoluções do Contran que tratam do credenciamento de empresas de identificação veicular, evitando a concentração de diferentes etapas de legalização de um veículo nas mãos de um único particular.
Suspensão
A operação solicitou, como medida cautelar, a suspensão de exercício da função pública de um dos servidores públicos envolvidos, bem como a proibição de seu acesso às dependências do Núcleo Regional de Trânsito de Brazlândia (Nutram III).
Segundo a PCDF, os suspeitos estão sendo investigados pela possível prática dos crimes de corrupções passiva e ativa, falsidade documental e associação criminosa. Se condenados, podem pegar até 20 anos de prisão.
O nome da operação faz alusão à famosa frase: “Aos amigos os favores, aos inimigos a lei”, uma vez que os envolvidos na trama criminosa recebiam benefícios indevidos, à margem da legislação, em troca de dinheiro.