Servidor da Novacap mandava fotos de crianças nuas até para a Rússia
De acordo com a Polícia Civil, homem de 50 anos montou estúdio em sua residência, onde fotografava suas vítimas e as estuprava
atualizado
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Um servidor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) foi preso, nesta sexta-feira (10/8), acusado de estupro de vulnerável. Segundo informações da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte), o auxiliar técnico de 50 anos teria abusado de crianças em sua residência, na Ceilândia, inclusive da própria família, conforme revelou o Metrópoles.
A polícia já identificou pelo menos sete vítimas, sendo três sobrinhas do suspeito. Os investigadores chegaram até o servidor após denúncia feita, em julho deste ano, por uma delas. A mais velha, hoje com 18 anos, disse que começou a sofrer os abusos aos 8.
O homem foi preso durante a Operação Infância não tem preço, deflagrada por policiais da 19ª DP. No imóvel do servidor, havia uma espécie de estúdio – que era utilizado pelo acusado para filmar e fotografar crianças nuas.
No mesmo espaço, de acordo com a polícia, o servidor estuprava as vítimas. Para conquistar a confiança delas e evitar que revelassem os crimes, o homem tinha o costume de presenteá-las com doces, brinquedos e dinheiro.
Muito material relacionado à pedofilia foi apreendido na casa do suspeito, um sobrado que fica em frente a uma escola de ensino fundamental em Ceilândia. Entre os objetos recolhidos na casa, que serão analisados, estão equipamentos de vídeo, computadores e celulares.
Na parte de cima do sobrado, que seria uma espécie de estúdio fotográfico, foram achados também brinquedos, desenhos, cama elástica e até uma piscina, onde o suspeito costumava tomar banho com as crianças. Os policiais encontraram, inclusive, um simulacro de arma.
Em coletiva à imprensa na manhã desta sexta (10), o delegado Ricardo Bispo, da 19ª DP, disse que o homem guardava diversas imagens de crianças nuas e do próprio acusado praticando sexo com menores. O funcionário publico confessou que chegou a encaminhar o material para sites no exterior, como na Rússia, segundo relatou o policial.
Conforme explicou Ricardo Bispo, a operação foi batizada de Infância não tem preço pelo fato de o acusado presentear suas vítimas e fazer pagamento para que os familiares não fizessem denúncia contra ele.
Irmã será investigada
A conduta da irmã do suspeito, mãe de duas sobrinhas abusadas, que teria aceitado pagamento mensal de R$ 600 para não contar sobre os abusos, será investigada. O acordo entre eles foi feito em 2016. Depois disso, os crimes contra as meninas cessaram.
Hoje com 18 anos, a mais velha tomou conhecimento de que o tio continuava fazendo vítimas e resolveu denunciá-lo. De acordo com a jovem, os abusos contra ela tiveram início com filmes, sexo oral até chegar à conjunção carnal. Ela foi violentada pelo homem dos 8 ao 16 anos. Aguentou calada por sete anos. Aos 15, conseguiu contar para a mãe, que fez o acordo com o servidor.
O acusado não é casado e morava com a mãe, que tem problemas de saúde. Ele vai responder por estupro de vulnerável, no âmbito da Lei Maria da Penha, pelo grau de parentesco com algumas vítimas. Se condenado, pode pegar de 8 a 15 anos, para cada caso.
Acionada, a Novacap informou que ainda não foi comunicada sobre a prisão. “A companhia lamenta o fato e esclarece que repudia todo tipo de violência”, diz trecho do documento.
O órgão também destacou que, caso demandado, irá colaborar com as investigações. Por fim, disse que não descarta a possibilidade de abrir processo disciplinar interno contra o servidor.