Sequestradores falaram que vítimas “ficariam felizes” ao levá-las para a morte
Preso por suspeita de participar da chacina de família de cabeleireira contou detalhes sobre sequestradores e cativeiro em que ficaram
atualizado
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Gideon Batista, 55 anos, e Horácio Barbosa, 49, presos por envolvimento na chacina da família da cabeleireira Elizamar da Silva, 39, teriam mentido para duas vítimas sequestradas, dizendo a elas que ambas seriam soltas e ficariam felizes. As pessoas enganadas seriam Renata Juliene Belchior, 52, e Gabriela Belchior de Oliveira, 25, respectivamente sogra e cunhada da profissional de beleza, morta na chacina.
A informação é do depoimento do vendedor Fabrício Silva Canhedo, 34, que estava vigiando o cativeiro, onde mãe e filha estavam presas.
“Ambos [Gideon e Horácio] falaram que iriam soltá-las e elas ficariam felizes”, informou Fabrício em um trecho do depoimento.
Também em depoimento à polícia, no entanto, o próprio Horácio contou como Renata (mãe) e Gabriela (filha) foram mortas. Segundo ele, ambas acabaram asfixiadas, a primeira por um cinto usado pelo marido Marcos Lopes, 54, para estrangular a companheira; e a segunda por Gideon, 55, que usou as próprias mãos. Ainda segundo o suspeito, após o crime, elas tiveram os corpos carbonizados dentro do carro que era usado por Gabriela.
O veículo foi encontrado em Unaí (MG), completamente queimado. Apesar da confissão, o IML ainda trabalha para confirmar a identidade dos restos mortais.
Fabrício, o homem que vigiava a casa, confessou ter monitorado as duas mulheres em um cativeiro em Planaltina (DF), onde ambas ficavam vendadas e com os braços e pernas amarrados.
Segundo o terceiro suspeito, preso nesta madrugada, Gideon Batista e Horácio Barbosa (os dois primeiros presos), deixaram o cativeiro com as duas mulheres na madrugada de sábado ou domingo do último final de semana.
Sem participação
O vendedor Fabrício garantiu que não sabia o que seria feito das mulheres. “Apenas após ver a reportagem é que vi que Renata e Gabriela foram queimadas”, informou trecho do depoimento do vendedor.
Ao deixar o cativeiro com as duas vítimas sequestradas, Gideon dirigia um Renault Scenic prata e Horácio dirigia um Fiat Siena branco, segundo depoimento. O carro encontrado queimado com dois corpos em Unaí (MG) na madrugada de segunda-feira (16/1) era um Siena branco. O Scenic prata estava na casa de Fabrício.
Fabrício confessou que recebeu R$ 2 mil para vigiar Renata e Gabriela no cativeiro por duas semanas. O vendedor disse que cozinhava e levava as vítimas ao banheiro. Gideon teria contratado Fabrício e informado que o mandante seria o sogro de Elizamar, mas a polícia suspeita que o sogro e marido da cabeleireira também foram mortos.