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Sem WhatsApp, brasilienses perdem canal importante para denunciar crimes e pedir socorro

Serviço utilizado pelas polícias, bombeiros e Detran para agilizar atendimento à população foi suspenso por 48 horas por determinação judicial

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Além dos grupos de família, amigos e trabalho, o WhatsApp está fazendo falta para um serviço fundamental na área de segurança pública. Corporações como a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil utilizam o aplicativo no Distrito Federal para manter contato mais rápido e acessível com a população e, assim, agilizar o atendimento de ocorrências e receber denúncias da ação de criminosos.

Todas essas ações estão prejudicadas por 48 horas, desde a meia-noite desta quinta-feira (17/12), já que em cumprimento a uma determinação da Justiça de São Paulo, resultado de um processo que corre em sigilo, o serviço está indisponível.  

Alguns batalhões da PM, por exemplo, disponibilizaram um número de celular para facilitar a interação com a comunidade. Por lá recebemos denúncias que são prontamente atendidas. O bom é que poupa tempo para a o morador. Ele consegue enviar texto, fotos e vídeos de forma prática”, conta da capitã Denise Campos. Segundo ela, as informações enviadas via o aplicativo para a PM são, geralmente, reenviadas de imediato aos policiais na rua, o que agiliza o atendimento. 

“Usamos esta ferramenta há pouco mais de um ano e, apesar de termos outros meios de comunicação, o aplicativo veio para somar no nosso trabalho”, completa. De acordo com a militar, a polícia já percebeu que as pessoas se sentem mais seguras em fazer as denúncias pelo WhatsApp, em função do anonimato.

Quem quer denunciar o tráfico de drogas na esquina de sua casa, por exemplo, acha mais prático e seguro escrever.

Denise Campos, capitã da PM

A Polícia Civil por sua vez, tem a central de denúncias via WhatsApp – (61) 8626-1197. É por lá que os agentes recebem informações de todas as regiões do Distrito Federal. O serviço é de responsabilidade da Divisão de Controle de Denúncias e Ocorrências Eletrônicas (Dicoe).

“É um meio de comunicação que dá mais celeridade no acesso à informação. Usamos nos trabalhos externos e internos, quando possível. Outro ponto positivo é que tudo fica registrado”, explica o major Lourival Correia, da Comunicação Social do Corpo dos Bombeiros. 

O mesmo lugar que serve para avisar das operações pela cidade também é usado para facilitar a troca de informações dos agentes de trânsito do DF. Segundo o diretor de Fiscalização do Departamento de Trânsito (Detran), Silvain Fonseca, o WhatsApp auxilia durante as operações. “Utilizamos muito para comunicação interna, passamos informações sobre o trânsito para as equipes e acompanhamos o desenvolvimento das ações de fiscalização”, justifica.

Comércio reclama
No comércio e nas empresas, a suspensão do serviço surpreendeu e atrapalhou. A recepcionista Janaína Lustosa afirma que a previsão é de movimento mais fraco no salão em que trabalha sem o aplicativo. “A maior parte dos agendamentos durante o dia é feita pelo Whatsapp”. O jeito foi buscar alternativas. “Estamos baixando o Telegram e enviando mensagens para os clientes”, conta.

 João Gabriel Amador/Metrópoles
Janaína contabiliza os prejuízos*João Gabriel Amador/Metrópoles**

 

Sócia de uma padaria com serviço delivery, Cláudia Munhoz costuma atender os clientes pelo Whatsapp e também teve de ir atrás de outras formas de se comunicar. “Recebemos algumas ligações e apostamos na troca de mensagens via Direct do Instagram, que é outro canal que usamos bastante. Ainda não dá para avaliar muito bem, mas até o fim do dia levantaremos o prejuízo”, relata a empresária.

Justiça
Sem a formalidade de um tribunal, negociações de um processo trabalhista foram tomadas por meio de um grupo de WhatsApp. O caso ocorreu na 1ª Vara do Trabalho do Gama. Em vez de uma longa e estressante audiência para firmar acordos e valores entre as partes envolvidas no processo, a juíza Tamara Gil Kemp reuniu todo mundo em um grupo para que propostas e contrapropostas fossem feitas ali mesmo, por meio do aplicativo, antes da audiência presencial.

A negociação virtual ocorreu em novembro. No grupo, a juíza juntou os advogados das duas partes e mediou a negociação dos valores do acordo trabalhista. Em poucas horas, o martelo foi batido. Fosse pelo trâmite tradicional, apenas essa audiência levaria mais de um mês para ser agendada. No dia seguinte, os advogados se encontraram na audiência presencial apenas para assinar os papéis. A sessão foi aberta às 8h37 e encerrada às 8h47. Em exatos 10 minutos, processo resolvido. Sem o aplicativo, o serviço fica comprometido também.

Quem precisa acionar as forças de segurança pode ligar para:

  • 193 – Corpo de Bombeiros
  • 190 – Polícia Militar
  • 197 – Polícia Civil

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