Sem transporte para leito em UTI, bebê de 1 ano morre em UPA no DF
Criança foi intubada e precisava do leito de UTI para sobreviver. No entanto, sem transporte, passou a madrugada na UPA e morreu
atualizado
Compartilhar notícia
Uma criança de apenas 1 ano morreu nesta quarta-feira (15/5), na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Recanto Emas, à espera de leito de unidade de terapia intensiva (UTI).
Segunda a família, houve negligência no atendimento. O caso é investigado pelo delegado Fernando Fernandes, chefe da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas).
Na segunda-feira (13/5), a família levou Enzo Gabriel, com dificuldades de respirar, até uma unidade básica de saúde (UBS) de Taguatinga. O diagnóstico preliminar apontou para bronquiolite, pneumonia e asma.
Os médicos prescreveram tratamento com antibiótico em casa, mas o quadro do menino piorou. Na terça-feira (14/5), a família voltou à UBS e recebeu encaminhamento para a UPA.
Intubado
Por volta das 12h50, o menino recebeu diagnóstico de pneumonia avançada e dengue. A saúde dele continuou se deteriorando e, por volta das 19h, Enzo foi intubado. A família buscou um leito de UTI e conseguiu, mas não havia transporte.
O bebê passou a madrugada na UPA, sendo assistido pela equipe médica. Na manhã de quarta-feira, não sobreviveu e morreu na UPA. A família, então, procurou a polícia. “Vamos ouvir testemunhas da UBS, da UPA e colher o relatório médico do laudo cadavérico”, prometeu o delegado Fernando Fernandes.
Outro lado
Por meio de nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) lamentou “profundamente o caso” e informou que a equipe assistencial “segue consternada com o ocorrido”. A instituição acrescentou que a criança chegou à UPA com desconforto respiratório, “foi prontamente atendida, recebeu medicação e realizou exames”.
“O quadro evoluiu com piora, e foi detectada pneumonia com derrame pleural e dengue aguda. Nesse momento, o paciente foi para a Sala Vermelha, onde recebeu toda a assistência necessária para o caso. A equipe médica pediu uma vaga na UTI e, após resposta positiva, foi solicitada a remoção do paciente”, detalhou o Iges-DF.
O instituto ainda reconheceu a demora no transporte do paciente, mas não considerou haver “negligência médica ou falha no atendimento”. “Informamos, também, que a demora na remoção não foi fator relevante para o desfecho clínico do caso, pois, por estar na Sala Vermelha, [o paciente] recebia cuidados equivalentes ao de uma UTI”, completou o texto.
Também por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) comunicou que “não teve envolvimento no caso”, pois disponibilizou leito para a criança e não foi acionada para fazer o transporte do menino, cujo deslocamento ocorreria em uma ambulância do Iges-DF.