Sem-teto invadem hotel abandonado na Asa Norte. Assista vídeo
São integrantes do MRP, que foram retirados do Clube Primavera. Invasores chegaram na madrugada desta sexta-feira (23/10). Como a propriedade é privada, PM acompanha de fora
atualizado
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Um grupo de 100 integrantes do Movimento Resistência Popular (MRP) invadiu o Torre Palace Hotel, localizado na quadra 5 do Setor Hoteleiro Norte na madrugada desta sexta-feira (23/10). Segundo a Polícia Militar, os invasores saíram do Conic e seguiram para o empreendimento.
Edson Silva, líder do MRP, disse ao Metrópoles que as famílias estavam na rua desde terça (20), quando o Governo do Distrito Federal desocupou o Clube Primavera, em Taguatinga. “Ficamos na Praça do Relógio durante esta semana. O governo descumpriu o acordo que era da gente permanecer lá até conseguirmos uma moradia. Parece que só seremos ouvidos quando começarmos a queimar Brasília de novo”, ameaçou, ao se referir à manifestação que os sem-teto realizaram em 7 de setembro, quando pneus foram queimados no Eixo Monumental.Edson não descarta novos protestos, mas diz que a prioridade agora é acomodar as famílias no Torre Palace. “A estrutura aqui é precária. Tem muita sujeira. Vamos nos organizar para deixar o local habitável”. O líder do MRP disse ainda que não teve problema para ocupar o hotel, que é moradia de usuários de drogas, e agora divide espaço com os novos vizinhos.
O coronel Agrício da Silva, do Departamento de Operações da Polícia Militar, explicou que, mais cedo, os policiais chegaram a bloquear o acesso às escadas do hotel para evitar acidentes, mas depois decidiu deixar os militares apenas ao redor do prédio. “Como o local é privado, vamos apenas cercar as imediações para evitar possíveis confusões. Acionamos o Ministério Público para intervir, pois tem muita criança e o local é insalubre. A PM não vai permitir que o grupo feche o Eixo Monumental. Vamos garantir o direito de ir e vir da população”, assegurou.
Desocupação
O grupo foi retirado do Clube Primavera. Na ocasião foram disponibilizados ônibus e caminhão para que as pessoas pudessem ser levadas para albergues públicos e casa de amigos e parentes. Mas nem todos aceitaram. Representantes do GDF informaram que a retirada foi determinada após a constatação de que os invasores estavam construindo barracos de madeirite dentro do clube, descumprindo o acordo feito para que eles ficassem ali temporariamente.
Outro motivo que levou à desocupação da área é que os responsáveis pelo MRP não regularizaram a situação cadastral do movimento junto à Codhab e, por isso, não foi possível incluir os 240 integrantes na lista dos programas habitacionais de baixa renda. Segundo o governo, muitos dos invasores teriam moradia. Esse é o mesmo grupo que ficou por uma semana no hotel St. Peter.