Sem subsídio do GDF, passagem de ônibus subiria para R$ 9,31, diz secretário

A passagem de ônibus subiria para R$ 9,31 no Distrito Federal, caso o governo não pagasse subsídios para as empresas do sistema de transporte público. O secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro (foto em destaque), revelou o número nesta quarta-feira (1º/9), em comissão geral na Câmara Legislativa (CLDF) sobre o tema.

A Casa organizou o debate para o governo apresentar justificativas ao crescente repasse de verba extra para as empresas do setor. Ao longo dos últimos 8 anos, elas receberam R$ 4 bilhões extras, considerando também as gratuidades. “Se não tivesse subsídio hoje, a tarifa seria de R$ 9,31 para o usuário”, assinalou Casimiro.

“Imagina isso em uma pandemia?”, questionou. Nessa linha, para a implementação da tarifa gratuita a todos os passageiros, demandaria mais investimentos para o DF. Atualmente, o sistema custa R$ 1 bilhão por ano aos cofres públicos. Para ampliar a gratuidade, o custo mínimo seria de R$ 1 bilhão a mais.

“Hoje, eu considero o transporte de Brasília caro. É caro. Deveria ser gratuito. Transporte universal e gratuito a todos os usuários do sistema. Mas, aí, o subsídio seria de R$ 1 bi”, argumentou. Isso sem contar o eventual aumento da frota ou das rotas. Para tanto, o GDF precisa encontrar fontes de financiamento alternativas.

Covid-19

Segundo Casimiro, todos os passos do governo foram transparentes e seguirão os contratos. Nesse contexto, de acordo com o secretário, a pandemia da Covid-19 desequilibrou o transporte público. Para o governo, os aportes foram necessários para manter os ônibus nas ruas sem a demissão de rodoviários.

“Já estamos em tratativas com os próprios operadores e, aí, é ganho novo para o sistema, que o nosso sistema de bilhetagem vai ser on-line no ano que vem”, prometeu. Segundo Casimiro, a digitalização vai possibilitar novas formas de pagamento para os passageiros.

Promessa de transparência

Questionado pelo deputado Chico Vigilante (PT), Casimiro prometeu enviar mensalmente para a Câmara e para os órgãos de imprensa os números com gastos e passageiros no sistema. Atualmente, o GDF encaminha os dados regularmente para o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

Casimiro também aceitou o desafio de participar de um seminário com representantes e pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), contemplando não só os problemas do DF, mas também as situações vistas no Entorno do DF.

Durante a comissão, Vigilante destacou a necessidade combate ao transporte pirata.