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Sem soro no país, serpente apreendida no DF corre risco de ser sacrificada

A Trimeresurus vogeli, conhecida como víbora-verde-de-vogel, é uma espécie encontrada na Ásia e não há antídoto para o veneno dela no Brasil

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1 de 1 víbora-verde-de-vogel - Foto: Mark Kostich/ Getty Images

A Fundação Jardim Zoológico de Brasília aguarda uma decisão do Ibama sobre a destinação de uma das 16 serpentes contrabandeadas e resgatadas pela Polícia Militar, no Distrito Federal. A Trimeresurus vogeli, conhecida como víbora-verde-de-vogel, é uma espécie encontrada na Ásia e não há antídoto para o veneno dela no Brasil. Por enquanto, o animal segue no serpentário do Zoológico de Brasília e passa por um período de quarentena.

Se não for possível importar o soro do exterior, os especialistas não descartam a eutanásia. O biólogo e diretor de répteis e anfíbios do Zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega, explica que a serpente está sendo mantida em uma caixa, que fica dentro de um recinto, com intuito de evitar qualquer risco ao animal ou integrante da equipe.

“Aguardamos que o Ibama decida qual a destinação desse exemplar. Além do risco de ocorrer qualquer incidente com esse indivíduo, como no caso da Naja, se esse animal fugisse do local onde estava sendo mantido, poderia gerar um impacto ambiental muito forte na nossa fauna”, alertou o biólogo.

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Não tem soro para o animal no Brasil
Cobra pode ser sacrificada
Serpente foi contrabandeada para o DF
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Serpente está no Zoo de Brasília

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Não tem soro para o animal no Brasil

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Cobra pode ser sacrificada

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Serpente foi contrabandeada para o DF

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O diretor de repteis do zoo, detalha que, por ser um predador de cadeia e com veneno altamente potente, o veneno da víbora pode levar um ser humano adulto a óbito. “Apesar de ter um tempo de ação mais demorado, se comparado com a Naja, o veneno  não deixa de apresentar um risco de vida elevado, ainda mais porque não tem o soro em âmbito nacional”, completou.

Segundo os especialistas do Zoo, se o animal for eutanasiado ele será destinado para pesquisas em universidades para estudem a parte interna e ajudem em pesquisas futuras sobre o próprio veneno.

“Essa é a consequência de trazer um indivíduo para um território onde eles não pertencem. Acaba que em paga o preço disso é o animal, às vezes com a própria vida. Vamos deixar o animal exótico na sua fauna”, destacou Carlos Eduardo Nóbrega.

O Instituto Butantan, em São Paulo, foi procurado pelo Metrópoles para comentar sobre a possibilidade de a víbora-verde-vogel ser sacrificada, bem como questionar a possibilidade de o réptil ser levado para o local. No Brasil, a entidade é responsável pela produção de soros e antídotos contra picadas das mais diversas serpentes. Foi o Butantan quem enviou uma amostra de soro antiofídico que tinha em estoque para socorrer Pedro Krambeck, no caso da Naja. Até a última atualização desta matéria, o Butantan não havia respondido aos questionamentos da reportagem.

Tráfico de animais

O Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) localizou 16 cobras sem documentação que eram mantidas em cativeiro no Distrito Federal. Escondidas dentro de uma baia de cavalo em um terreno do núcleo rural Taquara, em Planaltina.

De acordo com a corporação, tudo indica que há relação deste local com a Naja que picou o estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos.  “Muito provavelmente relacionada com aquela serpente apreendida ontem. Com muito trabalho das nossas equipes, logramos êxito em encontrar essa localidade”, disse o Major Elias Costa. Ninguém foi preso.

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Serpente em caixa de plástico
Foram 16 no total
BPMA identificou o local
Elas estavam guardadas em caixas
Répteis estavam dentro de uma baia de cavalo
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Cobras apreendidas pelo Batalhão de Polícia Ambiental após uma naja picar um jovem acusado de tráfico de animais

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Serpente em caixa de plástico

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Foram 16 no total

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BPMA identificou o local

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Elas estavam guardadas em caixas

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Répteis estavam dentro de uma baia de cavalo

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Cobras encontradas pela PMDF na operação

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Local onde as serpentes foram encontradas

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Naja deixou estudante em coma

Picado por uma cobra Naja kaouthia em 7 de julho, o universitário Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul ficou internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital Maria Auxiliadora, no Gama, por seis dias. Ele recebeu alta nessa segunda-feira (13/7).

A Polícia Civil do Distrito Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abriram investigação para identificar como a cobra chegou ao Brasil. O animal integra a lista das serpentes mais venenosas do mundo e foi capturado na quarta (8/7). Quem criava o animal exótico era o universitário.

A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Segundo o Ibama, no DF não existe registro, nos últimos anos, da entrada legal de uma serpente dessa espécie.

Atenção!

Quem mantém animais silvestres ou exóticos de forma irregular pode fazer a entrega voluntária ao Ibama em todas as unidades do país. A população também pode denunciar suspeitas de criação através da Linha verde, no telefone 0800-618080.

O Ibama chama a atenção para o risco de ter animais, como serpentes, em ambientes inapropriados – tanto para o bicho quanto para as pessoas.

Para manter cobras em residência, o interessado deve solicitar autorização junto ao órgão ambiental do Estado no caso de espécies não venenosas. Cobras peçonhentas podem ser criadas apenas com fins comerciais, por instituições farmacêuticas, ou com intuito de conservação, quando o animal não pode voltar à natureza por diversos motivos, como ter sido vítima de maus-tratos.

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